FONTE: Da Redaçãohttp://leiamais.ba
Dados fazem parte do Atlas da Visão, da Agência Internacional de Prevenção da Cegueira.
Aproximadamente 1,35 bilhões de
pessoas ao redor do mundo apresentam significantes níveis de perda
de visão, sendo que cerca de 80% desses casos poderiam ser evitados, com
estratégias adequadas de prevenção e tratamento.
Segundo dados do Conselho
Brasileiro de Oftalmologia (CBO), no Brasil, existem, atualmente, mais de 1,2
milhão de cegos. Assim, quase 700 mil brasileiros poderiam ter evitado a
cegueira se tivessem recebido tratamento adequado e em tempo hábil.
O Atlas da Visão reúne os
últimos dados globais sobre esses problemas oculares por meio de mapas
interativos e infográficos, e pode ser acessado por meio do link:
(http://atlas.iapb.org/).
Apesar das deficiências visuais
terem diminuído nos últimos 25 anos (4,58% em 1990 para 3,38% em 2015), é
preciso fazer mais para enfrentar esse problema global – e a base disso é a
educação e disseminação de conhecimento.
“A cegueira evitável acontece
pela detecção tardia dos sinais de algumas doenças oculares, por conta de
seu desenvolvimento progressivo e silencioso. Dessa forma, no momento do
diagnóstico, o problema já está em nível avançado e não há como tratá-lo de
forma eficiente. Por isso é importante ir ao oftalmologista com a frequência
necessária e recomendada, mantendo os exames e a saúde dos olhos em
dia”, afirma Dr. Homero Gusmão de Almeida, Professor Adjunto da Faculdade de
Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais e presidente do Conselho
Brasileiro de Oftalmologia (CBO).
As principais causas da cegueira
que se iniciam de forma silenciosa são: retinopatia diabética (o diabetes no
fundo do olho) e o glaucoma (aumento constante da pressão do olho). Essas duas
quando detectadas na sua forma tardia, em geral causam cegueira irreversível,
porém, ao contrário, a detecção precoce pode evitar a cegueira.
Outras doenças como a degeneração
macular relacionada à idade, as ceratopatias (opacidade ou perda de
transparência da córnea), o tracoma (infecção bacteriana que pode deixar
alterações cicatriciais no olho) e o descolamento da retina também podem
ser tratadas com bons resultados quando detectados de forma precoce.
A catarata é uma das principais
causas de cegueira no mundo, porém é reversível quando tratadas por meio de
cirurgia.
Já na infância uma das principais
causas de deficiência visual é a ambliopia (disfunção visual causada pelo
desenvolvimento anormal da visão em um dos olhos), que poderia ser evitada se a
descoberta e correção fosse feita durante a infância).
Outra doença da infância de
ocorrência rara, porém fatal, é o retinoblastoma (tumor no fundo do olho), que
quando detectado a tempo apresenta 100% de cura. Por isso, as crianças devem
ser examinadas por um médico oftalmologista já desde pequenos.
De 415 milhões de pacientes com
diabetes, 145 milhões sofrem com uma forma de retinopatia diabética e 45
milhões tem o risco de desenvolvê-la. A estimativa é de que 670 milhões tenham
diabetes até 2050.
A maioria da população que tem a
visão prejudicada vive em países de baixa e média renda, e mais da metade são
mulheres. Além disso, como a maior parte das doenças mencionadas é mais
frequente na terceira idade, grande parcela da população dessa faixa
etária tem níveis significativos de perda de visão (um terço das pessoas que
sofrem com esse problema tem mais de 80 anos).
A projeção é de que, até 2050,
379 milhões de pessoas tenham mais de 80 anos ao redor do mundo, o que reforça a
importância de se falar sobre o assunto e garantir que a maioria mantenha
uma saúde ocular de qualidade.
A recomendação dos especialistas
é de que sejam realizados exames oftalmológicos regulares
na infância ( o primeiro entre 12 e 36 meses; outro aos 5 anos e em
seguida a cada 2 anos até a idade adulta e, a partir dos 40, um exame anual. No
caso daqueles que tem familiares portadores de alguma doença ocular, a
realização desses exames deve ser feita de forma mais frequente.
O CBO ressalta a importância
desse tipo de avaliação na detecção precoce de doenças oculares como catarata,
glaucoma, retinopatia diabética, DMRI, entre outras. Ou seja, seguindo o
recomendado, muitas pessoas conseguirão, de fato, evitar as deficiências
visuais e a perda de visão.
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