O
ex-líder bósnio-croata Slobodan
Praljak se envenenou durante seu julgamento no Tribunal Penal
Internacional para Antiga Iugoslávia (TPII) nesta quarta-feira e morreu.
Segundos depois de ouvir a sentença que o condenava a 20 anos de prisão por
crimes contra a humanidade durante a Guerra
da Bósnia,
o réu levou à boca um frasco. “Acabei de tomar veneno”, pronunciou.
Imediatamente o juiz ordenou a interrupção da
corte. Segundo repórteres de agências internacionais que estavam no tribunal,
uma ambulância foi chamada ao local. Praljak, contudo, não resistiu. A
morte do ex-líder bósnio foi confirmada oficialmente pelo primeiro-ministro
croata, Andrej Plenkovic.
Praljak já havia sido condenado em 2013 por
ter perseguido, expulsado e assassinado muçulmanos durante a Guerra da Bósnia,
uma das mais traumáticas do século XX. Ele foi considerado responsável pela
destruição da Ponte Velha, em 1993, no centro histórico da cidade de Mostar,
que, segundo os juízes, provocou danos desproporcionais às populações
muçulmanas.
O episódio aconteceu uma semana após o TPII condenar à prisão
perpétua o general servo-bósnio Ratko Mladic pelo massacre de Srebrenica.
O tribunal concluiu que Mladic teve papel essencial no assassinato de 8.000
homens e meninos muçulmanos em 1995. O massacre é considerado a maior matança
em solo europeu desde a Segunda Guerra Mundial. O réu precisou ser retirado da
corte durante o julgamento, pois começou a gritar quando o juiz negou o pedido
de seu advogado para adiar o veredicto.
A guerra civil foi uma disputa entre grupos
étnicos e religiosos pelo território da Bósnia Herzegovina, que teve início em
1992 e terminou em 1995 com a assinatura do Acordo de Dayton. Cerca de 140 mil
pessoas morreram no conflito e mais de 2 milhões se refugiaram. O TPII foi
criado em 1993 pela ONU para julgar os responsáveis pelos crimes de guerra
cometidos durante o conflito. O tribunal, que encerra as suas atividades neste
ano, já indiciou 161 pessoas originárias de Bósnia, Croácia, Sérvia e Kosovo. Destas, 83 foram condenadas,
dos quais mais de 60 eram sérvios.
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