quarta-feira, 29 de novembro de 2017

CONDENADO POR CRIME DE GUERRA SE ENVENENA DURANTE JULGAMENTO...

FONTE:, Carolina Marins, (https://www.msn.com).


O ex-líder bósnio-croata Slobodan Praljak se envenenou durante seu julgamento no Tribunal Penal Internacional para Antiga Iugoslávia (TPII) nesta quarta-feira e morreu. Segundos depois de ouvir a sentença que o condenava a 20 anos de prisão por crimes contra a humanidade durante a Guerra da Bósnia, o réu levou à boca um frasco.  “Acabei de tomar veneno”, pronunciou.

Imediatamente o juiz ordenou a interrupção da corte. Segundo repórteres de agências internacionais que estavam no tribunal, uma ambulância foi chamada ao local. Praljak, contudo, não resistiu. A morte do ex-líder bósnio foi confirmada oficialmente pelo primeiro-ministro croata, Andrej Plenkovic. 

Praljak já havia sido condenado em 2013 por ter perseguido, expulsado e assassinado muçulmanos durante a Guerra da Bósnia, uma das mais traumáticas do século XX. Ele foi considerado responsável pela destruição da Ponte Velha, em 1993, no centro histórico da cidade de Mostar, que, segundo os juízes, provocou danos desproporcionais às populações muçulmanas.

O episódio aconteceu uma semana após o TPII condenar à prisão perpétua o general servo-bósnio Ratko Mladic pelo massacre de Srebrenica. O tribunal concluiu que Mladic teve papel essencial no assassinato de 8.000 homens e meninos muçulmanos em 1995. O massacre é considerado a maior matança em solo europeu desde a Segunda Guerra Mundial. O réu precisou ser retirado da corte durante o julgamento, pois começou a gritar quando o juiz negou o pedido de seu advogado para adiar o veredicto.

A guerra civil foi uma disputa entre grupos étnicos e religiosos pelo território da Bósnia Herzegovina, que teve início em 1992 e terminou em 1995 com a assinatura do Acordo de Dayton. Cerca de 140 mil pessoas morreram no conflito e mais de 2 milhões se refugiaram. O TPII foi criado em 1993 pela ONU para julgar os responsáveis pelos crimes de guerra cometidos durante o conflito. O tribunal, que encerra as suas atividades neste ano, já indiciou 161 pessoas originárias de Bósnia, CroáciaSérvia Kosovo. Destas, 83 foram condenadas, dos quais mais de 60 eram sérvios.

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