quarta-feira, 29 de novembro de 2017

VACINA DA DENGUE NO MERCADO NÃO DEVE SER TOMADA POR QUE NUNCA TEVE DOENÇA...


FONTE: Fernando Cymbaluk, Do UOL, em São Paulo,  http://noticias.uol.com.br  



Em um informe divulgado nesta quarta-feira (29), a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) diz que a vacina contra a dengue disponível no mercado do Brasil não deve ser aplicada em quem ainda não teve dengue, ou seja, indivíduos soronegativos.

De acordo com a Anvisa, estudos feitos pelo laboratório francês Sanofi Pasteur, fabricante da vacina Dengvaxia, mostram que a vacina provoca aumento do risco de dengue severa e de hospitalização em quem nunca teve a doença.

O vírus da dengue tem quatro tipos de sorotipos em circulação no país. Quem é infectado fica imunizado contra aquele determinado sorotipo, podendo contrair a doença se contaminado pelos outros três. A segunda infecção pela doença tende a ser mais grave. A vacina contra a dengue em que nunca foi contaminado agiria como uma primeira infecção.

A Anvisa determinou a alteração da bula do produto para informar sobre o risco. O órgão diz que "os dados ainda não são conclusivos e precisam ser confirmados pela continuidade dos estudos em andamento".

Existem outras vacinas contra a dengue em desenvolvimento por outros laboratórios, como uma vacina fabricada pelo Instituto Butantan, que já está em fase de testes clínicos.

Vacina está aprovada desde 2015.
A Dengvaxia foi aprovada no Brasil em 28 de dezembro de 2015 para indivíduos de 9 a 45 anos. A Anvisa diz que o risco relacionado a quem nunca teve dengue "não havia sido identificado nos estudos apresentados para o registro da vacina na população para a qual a vacina foi aprovada".

O informe da Anvisa diz que "para indivíduos previamente soronegativos, depois de 30 meses após a 1ª dose da vacina, ocorre um aumento do risco de exacerbação da doença, com aumento de casos de dengue severa e hospitalização, ficando este risco acima daquele para indivíduos soronegativos que não receberam a vacina".

Nos estudos preliminares, houve cinco casos de hospitalização para cada 1.000 pessoas que não tiveram dengue e foram vacinadas. Houve ainda dois casos de dengue severa para cada 1.000 indivíduos soronegativos vacinados.

Segundo o órgão, a vacina continua sendo recomendada para quem já teve dengue alguma vez na vida e está dentro da faixa etária para a qual ela é indicada. Os estudos indicam que para esse grupo não ocorre aumento do risco de dengue grave e hospitalizações.

A assessoria de imprensa da Sanofi Pasteur diz que a nova bula já foi enviada para Anvisa e que "a recomendação é não vacinar soronegativos, independente da idade".

Estudos mostravam aumento de risco.

A vacina contra a dengue agia mais ampliando a imunidade pré-existente de quem já teve dengue do que aumentando a proteção em quem nunca teve.

Nas pesquisas com a vacina realizadas na América Latina e na Ásia, se verificou uma eficácia de 81,9% entre os participantes que já tinham tido dengue, enquanto a eficácia entre os que nunca tinham sido infectados foi de 52,5%. A OMS (Organização Mundial da Saúde) só recomenda a introdução da vacina em lugares em que 70% ou mais da população já teve dengue, e não indica a vacina onde esse número seja menor do que 50%.



A vacina deve ser dada em três doses. No Brasil, o valor de cada dose varia entre R$ 132 e R$ 138. Nas clínicas, o preço é maior devido aos custos de aplicação e armazenamento. A vacina não é oferecida pelo PNI (Programa Nacional de Imunizações).

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