“Tenho 28 anos e não consigo me relacionar
sexualmente com nenhuma mulher. A primeira vez que tentei transar foi com uma
prostituta, aos 18 anos. Fiquei excitado, com ereção, mas na hora da penetração
senti um verdadeiro pânico; não consegui. E não sei explicar o porquê. Tenho me
sentido defeituoso, até pesadelos sobre isso dei para ter. Será que algum dia
vou conseguir ter uma relação sexual de verdade?”
***
Sendo os órgãos sexuais de mulheres e homens tão
diferentes, tornam-se de alguma forma misteriosos para o outro sexo. Embora na
mulher possa existir algum temor pelo pênis do homem, nada se compara ao temor
que os homens sentem pela vagina. É um perigo ameaçador porque não é visível e
porque suas propriedades são estranhas.
“O que destrói o homem é a vulva”, dizia um velho
maori, aborígine da Nova Zelândia. O que era explicado melhor por australianos
da região central: “A vagina é muito quente, é um fogo e cada vez que o pênis
ali penetra morre.” Os maoris ainda associam a vagina à morte. Os nomes que
usam para designá-la são “casa da morte e da desgraça” e “buraco destruidor”.
Nos mitos, a vagina é representada alternadamente
como força devoradora, devastadora, insaciável. Na Índia, inúmeras lendas falam
de mulheres cuja vagina está cheia de dentes. O pênis do homem seria decepado
por tal monstruosa boca. Esse medo é ligado inicialmente ao do sangue
menstrual, assustador e doentio, já que é objeto de imensa quantidade de tabus,
mas também o sangue da defloração, que muitos acreditam trazer azar.
No Ocidente, no século 12, vários textos
aconselhavam os homens a tomar distância em relação à mulher devido ao seu
desejo sexual incontrolável. Na França, o bispo Etienne de Fougère, falando
sobre as mulheres, exortava os homens a mantê-las bem trancadas. Alegava que se
elas estivessem entregues a si mesmas, sua sexualidade se exacerbaria de tal
forma que procurariam se satisfazer com os empregados, ou então entre si.
Hoje, apesar de essas crenças sobre a vagina e a
sexualidade feminina serem vistas como absurdas para muita gente, no
inconsciente elas parecem ainda exercer enorme influência.
***
Você também vive um conflito amoroso e sexual?
Escreva para blogdaregina@bol.com.br
e conte sua história em até 12 linhas. Ela pode ser comentada aqui no blog e
sua identidade não será revelada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário