O professor Lauri
Nummenmaa, da Universidade Turku, na Finlândia apresentou vários estudos a uma
plateia, concluindo cada um deles com uma piada. Os espectadores riam, tirando
dele um sorriso de satisfação.
Se após a palestra ele
fosse submetido a uma tomografia por emissão de pósitrons (PET, na sigla em
inglês), provavelmente as imagens geradas pelo aparelho mostrariam uma ativação
dos receptores de opioides endógenos do cérebro de Nummenmaa.
A relação entre a
capacidade de fazer rir e a construção de laços sociais é um dos temas de
pesquisa do cientista. Seus estudos das emoções, com e sem o uso da PET, foram
assunto do evento realizado na São Paulo School of Advanced Science on
Social and Affective Neuroscience.
Usada para exames como
oncológicos e cardíacos, a PET não é tão empregada em estudos do cérebro. “No
entanto, ela é muito mais potente para o nosso campo do que se imagina”, afirma
o pesquisador.
Uso na saúde.
Segundo Nummenmaa, as
técnicas de escaneamento cerebral dão uma visão tão detalhada do órgão, que
podem ajudar a desvendar a origem de condições psiquiátricas e mesmo no
desenvolvimento de novos tratamentos.
“Técnicas como a PET
são excelentes no sentido de que podemos realmente nos aproximar dos
fundamentos moleculares e biológicos de várias sensações no cérebro”, disse à
Agência FAPESP.
“Isso significa que, de
um ponto de vista mais amplo, elas podem ser usadas para a identificação e
desenvolvimento de novas drogas. Quando tentamos entender a afetividade no
cérebro nesse nível, isso pode ajudar quem desenvolve novos medicamentos e
moléculas a entender como certas condições são desencadeadas”, afirma.
Resistência e outras
aplicações.
A resistência ao uso do
aparelho se dá em parte porque quem é submetido a ele tem injetado na corrente
sanguínea algum material com radiação. O funcionamento de vários tecidos pode
ser visualizado quando a tomografia detecta no sangue o decaimento dos isótopos
radiativos. “A quantidade de radiação é muito pequena e completamente segura”,
afirma Nummenmaa.
Atualmente, ele usa o
equipamento para estudar o processo motivacional e do prazer que ocorre pelos
receptores de opioides endógenos no cérebro.
Em outro artigo,
publicado este ano na Nature Communications, o professor expõe que
outras reações do cérebro. Apenas olhar para fotos de comidas palatáveis,
algumas pessoas têm regiões do órgão, ligadas ao sistema de recompensa,
ativadas.
“Variações nesses
receptores podem explicar por que algumas pessoas sentem uma urgência em comer
quando são sugestionadas, aumentando o risco de ganho de peso e obesidade”, disse.
*** Com
informações da Agência FAPESP.
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