Um novo estudo
internacional revela que o número de mortes causadas por ondas de calor aumentará
sem parar nas próximas décadas, caso não sejam tomadas providências de
adaptação às mudanças climáticas. Entre os 20 países avaliados na pesquisa, o
Brasil está em terceiro nas projeções de aumento das mortes ligadas ao calor.
Colômbia e Filipinas estão na frente.
O maior aumento será
nas regiões tropicais - em especial nas nações de baixa renda -, mas também
haverá expressiva elevação de mortes na Austrália, na Europa e nos Estados
Unidos. Neste momento, vários países do Hemisfério Norte têm sofrido com fortes
ondas de calor.
Liderado pela
Universidade Monash (Austrália), o estudo foi publicado na terça-feira, 31, na
revista científica PLOS Medicine. Um dos autores é o médico brasileiro Paulo
Saldiva, da Universidade de São Paulo (USP). A pesquisa, dizem os cientistas, é
a primeira a prever o número de mortes associadas às ondas de calor. Eles
esperam que o resultado ajude os tomadores de decisão a planejar estratégias de
adaptação e mitigação para mudanças climáticas.
Os cientistas
desenvolveram um modelo para estimar o número de mortes relacionadas às ondas
de calor em 412 cidades de 20 países, de 2031 a 2080. Foi possível projetar o
aumento da mortalidade associada às ondas de calor no futuro em diferentes
cenários, caracterizados por níveis de emissão de gases de efeito estufa, grau
de preparação e estratégias de adaptação e densidade populacional das regiões
estudadas.
"O objetivo do
estudo era ver o que acontecerá com a saúde humana em diferentes cenários
climáticos, em cidades de diferentes latitudes e longitudes. No Brasil, as
cidades litorâneas têm bom controle térmico e grandes problemas com ilhas de
calor. Mas nossos dados mostram que cidades do Centro-Oeste e do Sudeste, como
São Paulo, sofrerão bastante", disse Saldiva.
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As informações são do jornal 'O Estado de S. Paulo'.
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