Dos
entrevistados, 16% dizem que a pessoa com diabetes não pode comer açúcar, só 1%
reconhece a restrição a carboidratos.
Todo mundo já ouviu
falar sobre diabetes, mas o brasileiro sabe pouco a respeito da doença. Isso é
o que apontam duas pesquisas divulgadas recentemente sobre o assunto. Esta
doença é caracterizada pela incapacidade do corpo de produzir ou utilizar
adequadamente a insulina, hormônio que controlar a quantidade de glicose no
sangue.
Complicações
relacionadas a problemas de visão e amputação são normalmente citadas por
pessoas diabéticas e não diabéticas, o contrário do que acontece quando se
questiona sobre a chance de desenvolver uma doença cardiovascular. No
levantamento “Diabetes: o que os brasileiros sabem e não sabem sobre a doença”,
realizada pela Abril Inteligência com apoio da AstraZeneca e do Curso
Endodebate, apenas 43% dos diabéticos e 27% dos não diabéticos acreditam que o
mal pode ter relações com a incidência de um acidente vascular cerebral (AVC).
— A doença
cardiovascular é a principal causa de morte dos diabéticos e este fato é muito
conhecido entre a classe médica. O problema é que esta informação não está
chegando até o paciente — alerta Carlos Eduardo Barra Couri, endocrinologista
pesquisador da USP e médico responsável pela pesquisa.
Pesquisa realizada pelo
Datafolha deixa evidente o desconhecimento da população sobre a alimentação que
o diabético deve ter. Dos entrevistados, 16% dizem que a pessoa com diabetes
não pode comer açúcar, só 1% reconhece a restrição a carboidratos, e 9% julgam
ser possível fazer esse controle somente com alimentação saudável e regime.
— O diabético pode
comer açúcar, desde que seja dentro de um planejamento alimentar adequado, que
a doença esteja bem controlada, que haja acompanhamento médico regular e que o
consumo seja esporádico — diz Carlos.
Educação é o caminho
para reverter quadro.
Para Fernando Valente,
diretor de comunicação da Sociedade Brasileira de Diabetes, o caminho para
reverter o quadro de desconhecimento sobre a doença é a educação.
— É preciso investir em
educação, como a nutricional, principalmente com as crianças. Já observamos o
crescimento da obesidade entre os mais novos. Deveria ser trabalhado nas
escolas o conhecimento sobre nutrição e o estímulo às atividades físicas, além
de disseminar informações que ajudem a prevenir a obesidade — opina Valente.
Ter uma alimentação
saudável e equilibrada (evitando frituras e alimentos ultraprocessados) e
manter atividades físicas regulares são duas das principais medidas para se
prevenir do diabetes.
— É preciso que exista
a possibilidade de que as pessoas realizem exames laboratoriais como o de
glicemia e de hemoglobina glicada para que o diagnóstico da doença seja feito —
finaliza Fernando.
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