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O fato de que o cérebro
consegue se acostumar a um sabor não é exatamente uma novidade --quem já
experimentou tirar o açúcar do café que o diga. Mas os cientistas finalmente
descobriram como esse mecanismo funciona. Segundo eles, isso pode ser a chave
para tornar os alimentos saudáveis mais saborosos para todos (não apenas para
crianças que odeiam legumes).
Realizado por
pesquisadores da Purdue University, nos Estados Unidos, o estudo mostrou
que a saliva é essencial nesse processo. Aproximadamente 99,5% da saliva humana
é água, mas o resto é uma mistura química importante de compostos que ajudam a
quebrar a comida, proteger os dentes e até mesmo a saborear a comida.
Acredita-se que as
proteínas liberadas pelas glândulas salivares se ligam aos compostos de sabor
dos alimentos e ao gosto das células receptoras em sua boca. Pesquisas
anteriores com ratos demonstraram que quando os animais foram alimentados com
uma dieta de alimento amargo, a expressão dessas proteínas de sabor na saliva
dos roedores foi alterada.
Quando as proteínas
mudaram, o mesmo aconteceu com o comportamento alimentar dos ratos. Eles foram
capazes de comer mais do alimento amargo, e não foi apenas uma adaptação
psicológica, mas também bioquímica.
Para comprovarem os
efeitos em humanos, os pesquisadores da Purdue University realizaram
testes de avaliação sensorial com 64 voluntários, que tiveram que beber um
leite de amêndoa com chocolate de sabor amargo três vezes ao dia durante uma
semana.
Muito parecido com o
teste dos roedores, o experimento mostrou que as pontuações dos voluntários
quanto à amargura e adstringência diminuíram com o passar do tempo. Além disso,
os pesquisadores observaram mudanças na composição da saliva dos voluntários.
De acordo com a cientista de alimentos Cordelia A. Running, principal autora do
estudo, os níveis de proteínas ricas em prolina (aminoácidos que podem se ligar
aos compostos amargos e/ou adstringentes do leite) estavam aumentando na saliva
dos participantes.
A equipe sugere que
essas duas mudanças estão relacionadas. "Achamos que o corpo se adapta para
reduzir a sensação negativa desses compostos amargos", diz Running.
"E a saliva modifica o sabor, que por sua vez modifica as escolhas
alimentares."
Segundo ela, ao mudar
sua dieta, você pode mudar sua experiência de sabor de alimentos que em um
ponto provaram desagradáveis para você. "Se pudermos mudar a expressão
dessas proteínas, talvez possamos tornar os sabores 'ruins' como amargura e
adstringência mais fracos", diz ela.
A ideia é que, um dia,
essas proteínas podem até ser isoladas e consumidas como um aditivo alimentar
separado, para ajudar os consumidores a adotar escolhas saudáveis que ainda não
gostam do sabor, sugerem os pesquisadores.

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