Levantamento
da ANP, realizado entre os dias 22 e 28 de julho, revelou que, na Bahia, a
gasolina custa R$ 5,139, sendo a 7ª mais cara do Brasil.
De Madre de Deus, onde
fica a Refinaria Landulpho Alves e o centro de distribuição de gasolina da
Petrobras no Nordeste, até Salvador, a distância é de apenas 60
quilômetros. No entanto, o preço do litro da gasolina na capital baiana chega
ao patamar de R$ 4,999. Bem mais caro que na capital de Sergipe, Aracaju, a 331
quilômetros de Salvador (pela BR-101), onde a gasolina custa o máximo de R$
4.782 no interior do Estado, e R$ 4.599 na capital, Aracaju.
Em Salvador, onde se
situa o maior consumo de gasolina e a maioria dos postos de abastecimento,
oscila no preço entre R$ 4.520, no bairro de Valéria, a R$ 4.99 na
Ribeira. Já em Porto Seguro, onde a gasolina é a mais cara no Estado e a sétima
mais cara n o Brasil, essa variação vai de R$ 4.939, a R$ 5,139 litro. Dos 30
municípios pesquisados pela ANP na Bahia, Salvador é a que tem a quinta
gasolina mais cara, ficando atrás de Porto Seguro, Eunápolis, Livramento de
Nossa Senhora e Ilhéus.
O mais recente
levantamento da Agência Nacional de Petróleo (ANP), realizado entre os dias 22
e 28 de julho, revelou que na Bahia, a gasolina custa até R$ 5.139, sendo a 7ª
mais cara do Brasil, atrás dos estados do Rio de Janeiro, Acre, Minas Gerais,
Rio Grande do Sul, Amazonas e Pará. No Nordeste, contudo, a Bahia é o Estado
que tem a gasolina mais cara, comercializada na cidade de Porto Seguro, na
região do Extremo Sul do Estado.
A diferenciação de
preços, dentro e fora do Estado, pouco tem a ver com a localização das
refinarias, conforme análise do Sindicato dos Donos de Postos de Combustível na
Bahia (Sindicombustível), porque envolve diversos fatores da política de preços
estabelecida pela Petrobrás. “A gasolina que vendemos não é a gasolina da
refinaria. É a gasolina acrescida de 27% de álcool anidro (etanol) por
litro, que torna o produto mais caro. E isso porque a Bahia não produz álcool
para combustível.”, diz o secretário da entidade, Marcelo Travassos.
Perversa.
Maior refinaria de
processamento da gasolina em todo o Norte e Nordeste, Landulpho Alves,
localizada em Mataripe, município de Madre de Deus, é o principal centro
distribuidor de gasolina para a Bahia e os demais estados do Nordeste, além de
alguns estados da Região Norte. As duas outras refinarias da Petrobras, Abreu
Lima, em Pernambuco, e Clara Camarão, no Rio Grande do
Norte, produzem basicamente óleo diesel e tem pouca produção de gasolina,
respectivamente.
O secretário-geral do
Sindicombustível na Bahia, Marcelo Travassos, explica que além da incidência de
impostos, que varia de 44% a 50% do preço final da gasolina, um dos principais
itens que faz com que a gasolina na Bahia seja uma das mais caras no país é a
importação que Estado é obrigado a fazer para adicionar a parcela de 27% de
etanol por cada litro de gasolina. “Na Bahia, a distribuidoras têm que importar
o etanol dos estados produtores, como São Paulo e mesmo aqui no Nordeste, pois
aqui não se produz cana de açúcar para abastecer o mercado de
combustível”, diz.
A política de preços da
gasolina, estabelecida pela Petrobras, regulamentada pela Agência Nacional
do Petróleo (ANP) e pela Lei Federal 9.478/97 (Lei do Petróleo) determina
que esse preço ao consumidor é composto por três parcelas: realização do
produtor ou importador, tributos e margens de comercialização. Assim é que para
cada litro de gasolina incide impostos e tributos federais e dos estados,
distribuídos em 13% que é destinado às distribuidoras e revendedoras, 11%
que é o custo da adição do etanol, 15% que são os tributos do Cofins, CIDE e
PIS/Pasep, 29% do ICMS cobrado pelos estados e 32% que é a margem bruta
destinada à Petrobras (refinarias).
Travassos explica que
ao abastecer o carro, o consumidor está adquirindo a gasolina
"C", uma mistura de gasolina "A" com Etanol Anidro, que não
é a mesma gasolina produzida pelas refinarias, que é pura, sem etanol,
que é vendida apenas para as distribuidoras. Estas, por sua vez, compram a
gasolina “A” da refinaria e o álcool das usinas, e fazem a mistura para
produzir a gasolina “C”, que, por sua vez, chega às bombas.
Porque pagamos tão
caro.
Para quem abastece o
carro e verifica um preço de até R$ 5,139 para o litro da gasolina Bahia, fica
difícil entender que sendo o Estado o principal centro de distribuição de
gasolina no Nordeste, cobra um preço elevado do produto. Em todo o País são 15
as refinarias da Petrobras, mas apenas quatro estão no Nordeste.
Destas, apenas duas
produzem gasolina – Landuplho Alves, na Bahia, e Clara Camarão, no Rio Grande
do Norte, as duas outras, Abreu Lima (Pernambuco) e Lunbor (Ceará) produzem
óleo diesel e lubrificantes. A Refinaria Landuplho Alves, no município de Madre
de Deus, a 60 quilômetros de Salvador, e o centro de distribuição de gasolina
para o Nordeste e parte da Região Norte.
Na região, ironicamente
a gasolina mais cara é vendida na Bahia, a R$ 5.139 em Porto Seguro e até
R$ 4,999 em Salvador. Ao contrário dos demais estados do Nordeste, a
Bahia não produz álcool para fins combustíveis. Em seguida vem Alagoas (R$
5.069), Ceará (R$ 4.970), Pernambuco (R$ 4,929), Maranhão (R$4.870),
Piauí (R$ 4.859), Paraíba (R$ 4.799), Sergipe (R$ 4,782), e Rio Grande do
Norte (R$ 4,670).
Refinarias do Nordeste.
Abreu Lima (PE) –
Produção é de 70% de óleo diesel de baixo teor de enxofre, o Diesel S-10, além
de nafta, óleo combustível, coque, GLP (Gás liquefeito de petróleo).
Potiguar Clara Camarão
(RN) - Produz diesel, nafta petroquímica, querosene de aviação e, desde
setembro de 2010, gasolina automotiva, o que tornou o Rio Grande do Norte o
único estado do país autossuficiente na produção de todos os tipos de derivados
do petróleo. Atende ainda o sul do Estado do Ceará.
Lubrificantes e
Derivados do Nordeste (CE) - É líder nacional em produção de asfalto e a
única no país a produzir lubrificantes naftênicos, um produto próprio para usos
nobres, tais como, isolante térmico para transformadores de alta voltagem,
amortecedores para veículos e equipamentos pneumáticos. Não produz gasolina.
RLAM/Mataripe (BA)
- Nela são refinados, diariamente, 31 tipos de produtos, das mais
diversas formas. Além dos conhecidos GLP, gasolina, diesel e lubrificantes, a
refinaria é a única produtora nacional de food grade, uma parafina de teor
alimentício utilizada para fabricação de chocolates, chicletes, entre outros, e
de n-parafinas, derivado utilizado como matéria-prima na produção de
detergentes biodegradáveis.
Principais produtos:
Diesel, Gasolina, Querosene de Aviação (QAV), Asfalto, Nafta petroquímica,
Gases petroquímicos (propano, propeno e butano), Parafinas, Lubrificantes, GLP
(Gás de Cozinha), Óleos combustíveis (industriais, térmicas e bunker).
Atende principalmente
os estados da Bahia e Sergipe, além de outros estados da região norte e
nordeste. Alguns produtos são ainda exportados para Estados Unidos, Argentina e
países da Europa.
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