O uso excessivo do
smartphone tem sido um problema para muita gente, mas muitas iniciativas também
demonstram que a tecnologia pode ser útil no tratamento de transtornos
psiquiátricos. Um aplicativo desenvolvido por pesquisadores da Universidade de
Cambridge, no Reino Unido, pode ajudar pessoas que sofrem de transtorno
obsessivo compulsivo (TOC) e têm manias ligadas a limpeza, como o medo
exagerado de se contaminar com sujeira ou bactérias.
Cerca de 46% dos
pacientes que sofrem de TOC têm obsessões e compulsões ligadas a limpeza,
também chamada de "germofobia". Essas pessoas costumam lavar as mãos
o tempo todo, muitas vezes com produtos fortes, causando irritação e
sangramentos na pele. O impacto do transtorno é tão grande que, muitas vezes, é
difícil manter um emprego.
O tratamento costuma
envolver o uso de antidepressivo e também terapias que envolvem a exposição
gradativa do indivíduo ao que lhe provoca aflição, sempre em um ambiente
controlado. Uma pessoa com mania de limpeza, portanto, pode ser orientada a
tocar em algo no banheiro sem lavar as mãos em seguida, tudo com a presença do
terapeuta. Muitos pacientes acham o método estressante, o que os afasta das
consultas.
Os comportamentos
repetitivos também estão associados a uma dificuldade de se adaptar a novas
situações ou regras. Por isso, uma das estratégias para ajudar pessoas com TOC
é desenvolver o que os especialistas chamam de flexibilidade cognitiva. É com
base nisso que os pesquisadores desenvolveram o aplicativo, que envolve colocar
os pacientes para assistir imagens de si próprios lavando as mãos ou mexendo em
alguma superfície contaminada fake.
De acordo com estudo
publicado na revista Scientific Reports, que contou com 93 pessoas com
sintomas leves de "germofobia", apenas uma semana de uso do
aplicativo trouxe melhora significativa dos sintomas. Ainda são necessárias
mais pesquisas para que o aplicativo seja disponibilizado para qualquer
interessado.
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