Teve um dia que eu
peguei um voo às 6 horas da manhã de São Paulo, cheguei em Fortaleza perto do
horário do almoço, dei uma palestra e, na sequência, já voltei para a capital
paulista, onde tinha combinado de jantar com uns amigos, acredite se quiser.
Quando a Luciana, minha esposa, me pegou no aeroporto, eu logo disse: “Lu,
vamos direto para o restaurante. Se eu entrar em casa, não saio mais”. E foi o
que fizemos.
Chegamos mais cedo no
restaurante e sentamos para aguardar os amigos. Poucos minutos depois, surge na
mesa ao lado uma porção de batatas fritas. Meu pensamento imediato foi:
“estou cansado, com fome, acabei de
chegar de viagem… eu mereço!”
Mas, ainda em tempo,
lembrei que aquela não era a batata frita que eu mais gostava. Eu pensei um
pouco e chamei o garçom. “Por favor, você poderia trazer o cardápio?”,
perguntei.
Aí encontrei uma
alternativa à batata frita: uma porção de pupunha grelhada. E, com ela,
satisfiz minha fome sem acrescentar tantas calorias no meu dia até os amigos
chegarem.
Mas… e a batata frita?
Eu decidi que duas semanas depois iria no restaurante com a batata frita que eu
adoro e, lá, pediria essa porção, que realmente vale as calorias que veem junto
dela. O que de fato fiz.
O
cansaço e a alimentação.
Por que temos esse
comportamento permissivo quando estamos cansados? Esse padrão, bastante
frequente, ocorre porque nosso critério de escolha e o nosso julgamento ficam
prejudicados nesses momentos de fadiga.
Esse padrão de
recompensa é comum no dia a dia. Sempre devidamente justificado por algum
pensamento nosso, ele joga contra seu objetivo maior. Merecer uma coisa boa nós
sempre merecemos. O fato é: em um dado momento você deseja se aproximar do seu
objetivo de emagrecer ou
se presentear com a batata frita?
A decisão é sua. Mas
ela precisa ser consciente e não resultado de um momento de fragilidade.
Naquela minha ida ao restaurante, se eu não tivesse raciocinado e planejado,
teria sido escolhido pela batata frita do vizinho. Percebe a diferença entre
escolher um alimento e ser escolhido por ele?
Costumo dizer que toda
dieta que exclui alimentos não inclui você. Assim, inclua você na escolha e se
proteja para que seu prato não seja composto pelo cansaço, pelos seus amigos ou
pelo ambiente. Escolha você o que vai comer, não importa o que seja.
Bom apetite.
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