Passar horas nas redes
sociais ou maratonando uma série virou quase uma regra entre os adolescentes de
hoje — e entre adultos também, vale dizer. Só que o exagero pode causar danos à
saúde mental, como indicam vários estudos. Um dos mais recentes, publicado
no Canadian Journal of Psychiatry, aponta que o ato de passar muito
tempo em frente às telas está relacionado a um crescimento da ansiedade em jovens.
A pesquisa acompanhou,
por quatro anos, 3 826 voluntários entre 12 e 16 anos. Anualmente, eles
reportavam quanto usavam celular, televisão, videogame e computador. A turma
respondia ainda um questionário sobre os próprios sintomas de ansiedade (como
se sentir tenso ou ficar subitamente apavorado sem motivo).
Com todas essas
informações em mãos, os cientistas descobriram que, quando os adolescentes
aumentavam em uma hora o tempo médio gasto mexendo nas redes sociais no
celular, usando o computador ou vendo TV, também começavam a relatar mais
quadros de ansiedade. Esse fenômeno não foi observado com os videogames e não
parece ser duradouro.
A
moderação afasta a ansiedade.
Como a análise levou em
conta as mudanças de comportamento ano a ano, os pesquisadores conseguiram
perceber que, na contramão, reduções no uso de telas estavam associadas a menos
tensão. Os especialistas por trás do artigo já tinham feito um experimento com
resultados parecidos, mas avaliando indícios de depressão.
“Os estudos mostram
como prevenir e reduzir sintomas de ansiedade regulando o tempo em frente às
telas digitais”, disse à imprensa Patricia Conrod, psiquiatra da Universidade
de Montreal e líder do trabalho.
Telas
digitais e saúde mental.
A pesquisa canadense
considerou outros fatores de risco que deixariam o jovem vulnerável à
ansiedade, como situação socioeconômica e gênero. Ainda assim, as telas se
mostraram mais relevantes do que esses pontos.
A ciência agora precisa
se aprofundar nos motivos por trás desse elo. Por exemplo: não se sabe se
celular, televisão e computador prejudicam a mente por si sós, ou se as pessoas
que recorrem mais a eles têm algum quadro não diagnosticado.
De qualquer maneira, há
outras ameaças para o bem-estar quando aparelhos eletrônicos como esses dominam
a vida. Nas crianças, suspeita-se de prejuízo no
desenvolvimento motor, cognitivo e emocional.
Já nos adultos, a
ansiedade e o estresse também dariam as caras com maior frequência. Use com
moderação.
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