O humor das pessoas
varia bastante de um dia para o outro, e até mesmo ao longo do dia. Ao escolher
uma atividade para afastar o desânimo ou colocar a raiva para fora, por
exemplo, as pessoas buscam regular essas sensações, muitas vezes sem nem pensar
muito antes de agir. É o caso do sujeito que, ao acordar cheio de energia,
decide ir para academia e caprichar no treino até ser cansar. Ou da pessoa que
convida um amigo para jantar porque está triste e precisa melhorar seu ânimo.
Num período como o atual, em que é preciso ficar em casa, essa possibilidade
fica comprometida, e por isso muita gente tem relatado maiores níveis de
estresse e ansiedade.
Para os pesquisadores,
do departamento de psiquiatria da universidade, ensinar as pessoas a fazer isso
pode ser chave na prevenção e tratamento de sintomas depressivos. Os autores do
estudo sugerem que isso poderia ser feito com ajuda de aplicativos para
smartphone, já que grande parte da população não tem acesso a psicoterapia. Num
momento como o atual, que os tratamentos presenciais estão limitados, a
tecnologia também poderia ser útil.
Ao monitorar o humor em
tempo real, sistemas inteligentes poderiam fazer recomendações de atividades
para ajudar na regulação de emoções negativas. Claro que essas sugestões teriam
que ser personalizadas, já que cada um tem suas preferências. Os autores do
estudo acrescentam que há questões culturais envolvidas, também. Em países com
renda mais alta, por exemplo, a atividade física foi mais associada à melhora
do humor, enquanto nos de renda mais baixa a religião tende a cumprir esse
papel.
Vários experimentos têm
mostrado que a tecnologia pode ser uma ferramenta essencial, ainda, no
diagnóstico precoce de sintomas depressivos. Isso poderia até levar à redução
do suicídio. Já existem aplicativos em desenvolvimento capazes de identificar
alterações no humor com base na movimentação do usuário, qualidade do sono e
até de suas mensagens de texto. Muitos dados desse tipo já são coletados em
smartphones e relógios fitness.
A depressão é uma causa
mais importante de incapacidade em todo o mundo. A Organização Mundial da Saúde
(OMS) estima que mais de 264 milhões de pessoas de todas as idades sofram do
transtorno e a maioria dos casos ocorrem em países de média e baixa rendas.
Recursos terapêuticos mais acessíveis para essas populações são bem-vindos, mas
é bom que todas as questões de privacidade sejam bem discutidas, ou o preço
pago pela saúde mental pode ser alto demais.
Para saber mais (em
inglês):
“Mood Homeostasis, Low Mood, and History of Depression
in 2 Large Population Samples” (Jama Psychiatry)
https://jamanetwork.com/journals/jamapsychiatry/fullarticle/2764306
“Our phones can now detect health problems from Parkinson’s to depression. Is that a good thing?” (Vox)
https://www.vox.com/the-highlight/2020/2/5/21056921/phones-health-apps-data-digital-phenotyping
https://jamanetwork.com/journals/jamapsychiatry/fullarticle/2764306
“Our phones can now detect health problems from Parkinson’s to depression. Is that a good thing?” (Vox)
https://www.vox.com/the-highlight/2020/2/5/21056921/phones-health-apps-data-digital-phenotyping
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