domingo, 27 de outubro de 2013

CRESCE O NÚMERO DE CASOS DE SÍFILIS...

FONTE: Noemi Flores, TRIBUNA DA BAHIA.

Dados apontam aumento significativo de sífilis no país. Na Bahia, em gestantes foram registradas 4.270 notificações, entre janeiro de 2007 e agosto de 2013, dos quais 1.303 casos (30,5%) ocorreram em Salvador. Em campanha para o combate à doença, a Secretaria da Saúde  do Estado realizou ontem, pela manhã, na sede do Ministério Público, no Centro Administrativo da Bahia (CAB), um evento para abordar o tema, reunindo cerca de 300 gestores e profissionais de saúde, educação, estudantes e população em geral.
O debate foi em parceria com o Centro Estadual Especializado em Diagnóstico, Assistência e Pesquisa (Cedap), Fórum Rede Cegonha da Região Metropolitana de Salvador, Sociedade Brasileira de DST/Bahia, Ministério Público do Estado da Bahia, Programa Municipal de DST/Aids e Apae Salvador.

Contou com a presença do presidente da SBDST/Ba, Roberto Fontes, e teve a conferência sobre “O pré-natal do parceiro”, proferida pelo professor Geraldo Duarte, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (SP). Um debate informal sobre os desafios para a inclusão do homem na atenção à sífilis encerrou os debates, ao mesmo tempo em que foram disponibilizados testes rápidos para diagnóstico de sífilis, HIV e hepatites B e C.
A coordenadora do Programa Estadual de DST/Aids, Jeane Magnavita, assegura que “a doença tem cura e o tratamento está disponível nas unidades de saúde pública. Contudo, trata-se ainda de importante problema de saúde pública principalmente no que se refere à transmissão vertical”.

É chamada transmissão vertical quando uma infecção ou doença a partir da mãe para o seu feto no útero ou recém-nascido durante o parto. Segundo Magnavita, “a sífilis congênita, desfecho desfavorável da sífilis em gestante, constitui-se em sério problema de saúde pública”.
Por isto neste ano, a campanha da Sesab, por meio do Programa Estadual de DST/Aids,  tem o slogan “Transmita só amor para seu filho. Faça o teste gratuito da sífilis”, lançado durante o transcurso do Dia Nacional de Combate à Sífilis, comemorado no terceiro domingo de outubro.
A data foi instituída em 2007, durante o VI Congresso da Sociedade Brasileira de Doenças Sexualmente Transmissíveis e II Congresso Brasileiro de Aids, com o objetivo de sensibilizar a população para o problema e erradicar a sífilis no Brasil.

Sífilis pode atingir todos os órgãos e sistemas do corpo.
A sífilis é uma doença infecto-contagiosa causada pelo Treponema pallidum, adquirida essencialmente por transmissão sexual. Acomete praticamente todos os órgãos e sistemas e, quando não tratada ou tratada inadequadamente, pode evoluir para complicações graves.
Em casos de infecção em gestantes, pode haver transmissão por via transplacentária em qualquer período da gestação, causando a sífilis congênita (SC). A infecção do feto pode gerar abortamento espontâneo, morte fetal e neonatal, prematuridade e danos à saúde do recém-nascido.
A sífilis congênita, desfecho desfavorável da sífilis em gestante, constitui-se em um sério problema de saúde pública. É importante lembrar que do ponto de vista epidemiológico, é considerada como um evento marcador da qualidade da assistência pré-natal .
Segundo dados do Ministério da Saúde, no Brasil, no período janeiro de 2005 a junho de 2012,  57.700 casos de sífilis em gestantes (SG) foram notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). Destes, 14.828 (25,7%) corresponderam à região nordeste. Todas as regiões do Brasil, inclusive a Nordeste, apresentaram aumento significativo do coeficiente de detecção de SG no período 2005 a 2011.
No Brasil, este coeficiente passou de 0,6 casos por 1.000 nascidos vivos (NV) em 2005, para 5,0 casos por 1.000 NV, em 2011; na Nordeste, de 0,7 a 4,0 casos por 1.000 NV no mesmo período.

Na Bahia, o coeficiente de detecção de SG também apresenta curva ascendente de 2007 a 2012; 1,4  em 2007 e 5,1 casos por 1.000 NV (aumento superior a 250%) em 2012 . Entretanto, especialistas afirmam que essa doença sexualmente transmissível tem cura e o seu tratamento está disponível nas unidades de saúde pública.

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