FONTE: iG São Paulo, TRIBUNA DA BAHIA.
Parece que não, mas coisas
aparentemente normais e que acontecem e são resolvidas nos primeiros meses de vida podem
refletir em problemas no futuro. A mais recente descoberta nesse campo foi a de
que bebês que nascem com baixo peso - menos de 2,5 kg - ou que são
amamentados por menos de três meses têm mais propensão a desenvolver doenças
cardiovasculares quando adultos.
O estudo, feito pela Universidade de
Northwestern, nos Estados Unidos, usou dados de jovens adultos que tinham
problemas cardiovasculares. O resultado mostrou que aqueles com a proteína CRP,
que promove inflamação nas artérias, tinham sido bebês que nasceram com baixo
peso ou que foram amamentados por menos de três meses.
Além disso, o estudo também
analisou etnias e classes sociais e chegou ao resultado de que mães com maior
nível educacional davam
à luz a bebês com mais peso, além de amamentá-los por mais tempo.
O professor que conduziu o estudo, Thomas
McDade, se empolgou com o resultado. “As descobertas sobre o baixo peso e
amamentação são particularmente iluminadoras”, disse ele, que também é
antropólogo. “Mostram que as taxas das doenças dos adultos se espelham
completamente naquelas do nascimento."
“Este estudo nos ajuda a entender e apreciar
a importância da amamentação, especialmente para bebês de baixo peso”, disse o
diretor do Instituto Nacional da Saúde da Criança e Desenvolvimento Humano
Eunice Kennedy Shriver.
A pesquisa inovou por usar irmãos e
comprovar que irmãos com condições de peso e amamentação distintas tiveram
diferenças na vida adulta quando se trata de inflamação cardiovascular.
O estudo mostrou que cada 450 gramas de peso
a mais resultou em uma chance de 5% a menos da concentração da proteína CRP. A
amamentação também provou ser eficiente: se o bebê foi amamentado de três meses
a um ano, a taxa de CRP caiu de 20% a 30%. E os cientistas concluíram que a
amamentação traz os mesmos efeitos – ou até melhores – do que remédios que
reduzem a CRP em adultos jovens, como foi medido em estudos clínicos
anteriores.
Baixo peso e amamentação.
Vários fatores explicam o fato de uma
criança nascer com menos de 2,5 quilos, considerado baixo peso. Valdenise Tuma
Calil, pediatra do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas de São Paulo,
enumera: mãe fumante, hipertensão arterial não controlada, problemas graves no
coração ou desnutrição podem fazer com que o feto não ganhe peso intraútero.
Bebês com alguma síndrome genética ou infecção congênita também podem nascer
com pouco peso.
Para evitar essas intercorrências, a mulher
deve comer bem, não fumar e procurar controlar a pressão arterial e problemas
cardíacos desde no início da gravidez.
Os benefícios da amamentação são
incontestáveis. “Existem mais de 250 tipos diferentes de fatores de defesa
presentes no leite materno, como os anti-inflamatórios que defendem contra
infecção. Há também compostos que contribuem para o crescimentos de
tecidos, como o do intestino, que ajudam no desenvolvimento cerebral, colaboram
para uma chance menor de desenvolver diabetes tipo 1 na vida adulta, doenças
cardiovasculares, hipertensão, colesterol e até mesmo alguns tipos de câncer e
doenças autoimunes”, detalha Valdenise.
Além disso, como já se sabe, a amamentação
influi sobre os processos metabólicos relacionados à obesidade. E a obesidade é
um dos fatores que influencia na produção dessa proteína que está ligada à
inflamação das artérias.
A recomendação da Organização Mundial da
Saúde (OMS) é que todos os bebês sejam amamentados exclusivamente com leite
materno durante seis meses. Depois disso, é recomendado inserir outros
alimentos, mas continuar com a amamentação até os dois anos de idade. Após esse
tempo, mãe e o bebê são quem decidem se vão continuar com essa forma de
alimentação, que, como a pediatra explica, ‘é prática e econômica’, já que o
leite vem, naturalmente, na temperatura certa e com todos os nutrientes.
Para compartilhar esse conteúdo, por
favor utilize o link http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2014/04/1445774-saude-responde-como-aliviar-as-dores-da-artrose.shtml
ou as ferramentas oferecidas na página. Textos, fotos, artes e vídeos da Folha
estão protegidos pela legislação brasileira sobre direito autoral. Não reproduza
o conteúdo do jornal em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso,
sem autorização da Folhapress (pesquisa@folhapress.com.br).
As regras têm como objetivo proteger o investimento que a Folha faz na
qualidade de seu jornalismo. Se precisa copiar trecho de texto da Folha para
uso privado, por favor logue-se como assinante ou cadastrado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário