FONTE: Daniela Pereira, TRIBUNA DA BAHIA.
Um dos alimentos mais comuns na
mesa dos baianos ficará mais caro. O pão francês
sofrerá um reajuste que pode ficar entre 6% e 10%, a partir de maio. O elevado
custo dos insumos, assim como os reajustes na tarifa de energia e IPTU são os
principais motivos para o aumento. Ainda não há uma data definida para o
reajuste, mas a população já tem se mostrado insatisfeita com o aumento.
De acordo com informações divulgadas pela
Associação Brasileira da Indústria da Panificação e Confeitaria (Abip), a
farinha de trigo, principal ingrediente do pão francês, sofreu reajuste diante
da queda de produção na Argentina, principal fornecedora do produto ao Brasil.
Apesar disso, Mário Pithon, presidente do Sindicato
das Indústrias de Panificação e Confeitaria de Salvador, garante que outros
fatores também contribuíram para o reajuste do pão. “Atualmente um saco com 50
quilos de farinha está ultrapassando R$ 100 e ainda pode aumentar mais, porém
não podemos dizer que apenas um motivo provocou o reajuste, mas sim um conjunto
de fatores. Tivemos um aumento de 16% na conta de energia para os empresários,
além de aumentos no IPTU e na mão de obra. Sem contar que ainda teremos um
aumento na conta de água também”, enumerou.
Questionado sobre a data e o percentual de
aumento, Pithon afirmou que não há uma definição diante do tamanho da
concorrência na indústria de panificação. “Quem tiver ‘fôlego’ vai esperar para
aumentar por último para atrair mais clientes. Depende da coragem e da conta
que cada um vai fazer. Muitos ficam esperando o ‘vizinho’ aumentar para depois
ver qual preço vai colocar”, afirmou, apontando dicas para calcular o novo
preço. “Antes de estipular o novo valor, é importante que o proprietário da padaria
calcule o valor dos produtos junto com a conta de luz”, ensina.
A variação de preço nos pães depende da
localização das padarias e da opção do proprietário. Na região da Graça,
atualmente, o quilo do pão varia entre R$ 5 e R$ 11. Já na região do Engenho
Velho da Federação, o alimento custa entre R$ 4 e R$ 6. Já no bairro da
Federação, o pão fica em torno de R$ 6 e em Brotas de R$ 7 à R$ 8. Mesmo assim,
já tem muito consumidor reclamando do reajuste.
Baianos já reclamam do
aumento.
A notícia de ter que desembolsar um valor
maior para adquirir o “pão nosso de cada dia” não agradou os baianos. A maioria
reclama dos constantes aumentos nas tarifas, inclusive nos alimentos. “O
salário aumenta, mas junto com ele tudo aumenta também. Desse jeito a gente não
aproveita nada”, reclamou a dona de casa, Carmen Leite, 54 anos.
Diante dos preços tem gente que
já pensa em substituir o pão por outros alimentos. “Estou em um processo de
emagrecimento e estou evitando comer pães. Com esse aumento é que nem passo por
perto deles. Prefiro uma fruta ou batata doce”, disse a estudante de
odontologia Letícia Galvão, 22.
Segundo Cleton Souza, diretor do
Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Panificação e Confeitaria do
Estado da Bahia (Sintrapan),
apesar dos baianos cogitarem a possibilidade de substituição do pão, ele ainda
é um dos alimentos mais presentes na mesa da população. “O consumo ainda é
ativo, mas depende de bairros e regiões. Ainda é o único alimento que vai desde
a classe baixa ou escalonado especial”, afirmou.
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