FONTE: iG São Paulo, TRIBUNA DA BAHIA.
Metade dos usuários de smartphones acredita
que a vida social seria muito pior sem eles, apontou uma recente pesquisa feita
pela Intel – fabricante mundial de microprocessadores. De fato, a proliferação
de aplicativos de envio de mensagens deixou a comunicação mais fácil, rápida e
informal. O problema é quando essa facilidade em sair por aí disparando ideias
gera confusão e aborrecimento.
“Estes aplicativos permitem que os usuários
sejam cada vez mais rápidos e ativos nas suas interações, o que é fantástico.
Mas, junto com essas possibilidades, os riscos de interações malsucedidas e com
prejuízos à imagem pessoal aumentaram na proporção das facilidades que
promoveram”, aponta a consultora de imagem e etiqueta profissional Lícia Egger.
Para ela, se usarmos como
referência as regras de etiqueta de alguns anos atrás, nunca fomos tão
antenados, sociáveis e ativos nos nossos relacionamentos e ao mesmo tempo tão
mal educados. Segundo essas
regras de etiqueta, aponta ela, passamos o dia cometendo gafes.
“Muitas das regras de
sociabilidade da vida presencial, antes da era da mobilidade, não dão conta de
atender às necessidades desses novos tempos. Hoje estamos vivendo um momento de
adaptação entre o que é ser educado e o que
pode ser adaptado”.
No quesito falta de noção, Lícia conta que
já viu de tudo: o pai de uma noiva, no altar, mandar torpedo para um amigo,
pessoas mexendo no celular em enterros, na hora das orações e com o caixão
baixando ao solo e presidentes de empresa digitando enquanto seus diretores
estão falando, ou o contrário.
“De modo geral, situações especiais familiares
e das empresas não são adequadas para enviar torpedos”, aponta a especialista.
Educacão.
É extremamente indelicado ler ou mandar mensagens
pelo celular quando se está interagindo com uma ou mais pessoas em situações
sociais ou profissionais. Da mesma forma, ficar trocando mensagens à mesa,
durante uma refeição acompanhada de outras pessoas, é muito indelicado, ainda
que sejam familiares ou amigos íntimos.
Caso seja impossível, avise que precisa
enviar uma mensagem, digite o mais rápido possível e guarde o aparelho. “É
preciso lembrar que não somos multitarefas e que precisamos prestar atenção ao
que as pessoas estão falando”, diz Lícia.
Mensagem ou e-mail?
Torpedos, aplicativos de mensagens e chats
diferem do e-mail porque devem, necessariamente, ser resumidos. Mesmo assim, é
preciso deixar claro o que se quer comunicar. Abreviar palavras ou não prestar
atenção ao que foi escrito é um risco para a imagem de quem escreve. Precisa
escrever mais? Esqueça a mensagem e mande um e-mail.
Autocompletar.
Ao escrever uma mensagem é bom lembrar os
cuidados com o que se escreve e como se escreve. Correção e precisão no uso e
no significado das palavras são fundamentais. Portanto, o mais prudente a fazer
é desativar a função que permite ao aparelho completar automaticamente a
palavra após a digitação das primeiras letras. O recurso, apesar de prático,
pode ser um perigo para quem digita com pressa e não costuma reler com atenção
o que escreveu antes de enviar a mensagem. Isso porque o software por vezes
escolhe palavras totalmente fora de contexto, mudando o sentido da frase e
gerando situações embaraçosas, tanto para quem envia quanto para quem recebe a
mensagem.
Cabeça fria.
Está furioso com alguém? Jamais ceda à
tentação de enviar uma mensagem para o alvo da ira quando está com a cabeça
quente. Por mais que você julgue correto dizer o que está sentindo, tenha em
mente que pode se arrepender amargamente do que escreveu e enviou sem pensar.
“Muitas vezes as pessoas escrevem
corretamente, são objetivas, mas fazem uso dessas ferramentas em momentos de
forte emoção. Em geral, o resultado é arrependimento, mágoa e desgastes nos
relacionamentos”, diz Lícia.
Smile para o chefe não.
Chefe é chefe e deve ser tratado como tal. A
formalidade é sempre boa e passa, em geral, bem longe, por exemplo, dos
emoticons – caracteres tipográficos ou imagens animadas que traduzem expressões
faciais ou o estado de espírito de quem os envia.
Por outro lado, abreviações como:
hj, hs, abs, cel e fone, entre outras, não são ruins, pois reduzem o tempo
empregado no texto da mensagem e agilizam a troca de informações.
Alertas.
Em reuniões ou na presença de clientes, se
for possível, o correto é sempre deixar o smartphone no modo de vibração. Caso
não seja possível o melhor é reduzir ao máximo o volume dos alertas de
mensagem. O uso de alertas customizados é sempre um risco se a escolha não for
acertada. Os toques padrão de modo geral, são os mais adequados para todas as
situações.
Um longo ou vários
curtos?
Concentrar a mensagem toda em apenas um
envio facilita a leitura e evita que quem recebe seja importunado por diversos
alertas seguidos. Se precisar dividir o texto, limite-se a, no máximo, três
envios. Se precisar escrever mais, mande um e-mail.
No cinema ou no teatro.
Usar o celular no cinema, teatro ou em palestras
é e sempre será uma gafe. Se a troca de mensagens for inadiável, tente diminuir
o brilho da tela e proteger o celular para a luz não incomodar quem esta ao
redor.
Na madrugada.
Você é do tipo que usa o torpedo como
recurso para contatar alguém sempre que fica constrangido de ligar em horários
impróprios? Ao menos que o receptor da mensagem tenha autorizado o contato
tarde da noite ou cedo da manhã, você está sendo indelicado.
“Isso funciona para os muito íntimos, ou em
casos muito urgentes. Caso contrário é uma grande gafe”, diz Lícia.
Olho no olho.
Assuntos graves ou de grande importância não
devem ser discutidos pelo telefone. Mensagem então, nem pensar. Nesses casos,
orienta Lícia, o melhor é encontrar com a pessoa para discutir o assunto.
Resposta imediata.
Não é muito educado deixar uma mensagem sem
resposta. Em algumas circunstâncias, entretanto, não é necessário que se
responda um torpedo. Por exemplo: se você está esperando alguém que está
atrasado para um encontro e a pessoa avisa isso por mensagem, um “Ok” dá conta
de avisar que você recebeu a informação. Mensagens como “estou chegando” não
precisam de resposta.
Símbolos e sinais
gráficos.
O cuidado para não parecer grosseiro deve se
estender também ao uso de símbolos, tais como interrogações repetidas (?????),
exclamações (!!!!!) ou palavras em maiúscula (POR QUÊ?). “O que se coloca
graficamente tem significados que vão além do que está registrado”, explica
Lícia.
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