FONTE: iG São Paulo – Delas, TRIBUNA DA BAHIA.
Viajar com papinhas e comidinhas caseiras
para bebês e crianças pequenas é muito mais fácil do que parece, mas a gente só
descobre isso quando quer de verdade. Requer algum planejamento e cálculo
prévio, é verdade, mas é possível. Dependendo do seu destino, quanto tempo
você vai ficar fora e da infraestrutura disponível no local, você não tem
porque nem sequer pensar em comidas industrializadas para o seu pequeno!
Uma boa dica, que facilita demais
sua vida em
qualquer passeio curto ou viagem, é acostumar seu filho desde bebê a comer sua
comida em qualquer temperatura – geladinha assim que sai da geladeira, em
temperatura ambiente ou aquecida. Esse costume com diferentes temperaturas pode
“salvar a vida” (no caso, salvar a refeição) se você não tiver como aquecê-las.
É uma preocupação a menos, uma desculpa a menos para seu filho rejeitar a
comida. Comigo, às vezes, chega a acontecer até hoje dos meus filhos comerem
comida bem gelada mesmo, praticamente congelada porque a que eu trouxe já
descongelada não foi suficiente para a fome de leão deles.
Dicas.
Para conseguir viajar e não
depender de comidas industrializadas invista, em primeiro lugar, em
uma boa sacola ou caixa térmica. É nela que você vai transportar toda a
“geladeira” do seu pequeno. Se fizer a conta, vai descobrir que uma boa sacola
térmica custa menos do que um montão de papinhas industrializadas. Na véspera
da viagem eu abro espaço no freezer e guardo a sacola lá dentro. Isso ajuda muito.
Junto com a térmica, uma boa providência
para viagens maiores são garrafas de água congeladas para ajudar a conservar a
temperatura baixa. Use água filtrada, assim, se a sede apertar, conforme a água
for descongelando, você também tem o que beber.
- Embalagem: é possível comprar potinhos
de vidro com tampa de rosco por menos de R$2,00 cada. Entre outras razões,
prefiro o vidro e a tampa de rosca protege muito bem de vazamentos. O vidro que
comprei tem o tamanho aproximado de um potinho médio das papinhas
industrializadas - isso para o caso de bebês que ainda comem papinhas.
- Quantidade: eu calculo o número de refeições – almoço e jantar –
durante os dias em que estaremos fora. Levo um potinho para cada refeição e na
conta final acrescento dois ou três de reserva. Escolho cerca de três sabores
variados que posso incrementar um pouco mais no meu destino apenas acrescentando
temperos ou, quando possível, acompanhamentos diferentes.
No dia da viagem, a última coisa a fazer,
depois de malas prontas e todos prontos, é tirar tudo do congelador e colocar
na térmica. Assim mesmo, na última hora. A comida daquele dia eu procuro tirar
mais cedo, mas o resto vai congelado. Já fiz viagem de mais de 8 horas usando
esse método e as comidinhas e leites (que também foram congelados) chegaram
perfeitos ao nosso destino.
- Onde levar: viajando de carro a sacola vai sempre na cabine, onde é mais
fresco. Se o carro tem ar-condicionado, melhor ainda! Se não tem, escolho um
lugar mais fresco, abrigado da luz do sol. No avião, vai como sacola de mão.
Algumas empresas não gostam muito da ideia, principalmente se a sacola for
grande ou pesada demais, mas um pouquinho de insistência nessa hora ajuda.
- A armazenagem: muitas vezes meus passeios são para a casa de parentes e,
como todo mundo tem geladeira e congelador ou freezer em casa, fica fácil. É só
chegar e armazenar tudo de forma correta. Em hotéis a questão normalmente se
resolve de forma simples, já que a maioria tem frigobar no quarto. Quando não
tem (isso já aconteceu uma vez), recorro à cozinha do hotel, peço com jeitinho
e alguém sempre me ajuda na hora de guardar tudo e ir retirando os potes
conforme a necessidade. Se forem dois ou três dias de viagem, fica tudo na
geladeira mesmo. Por mais tempo, congelador conserva melhor.
- O aquecimento: eu não uso microondas nem em casa. Um potinho com água
quente e o costume de não dar papinhas sempre na mesma temperatura resolvem
muito bem o problema. As torneiras dos banheiros costumam ter água quente e um
copo, caso contrário, alguém do restaurante sempre ajuda no potinho com água
quente. Dependendo do tamanho do recipiente, um aquecedor de mamadeiras também
resolve o problema. E devemos sempre lembrar que comida gelada não mata
ninguém, taí o sorvete para provar!
Quando levo frutas, compro algumas não tão
maduras que duram mais.
Alguns ingredientes merecem cuidado
especial. Ovos, por exemplo, quando levo – o que não é frequente – costumo
armazená-los na própria caixa deles, dentro da térmica, que fica fresca o
suficiente com tantos congelados. Eu não gosto de congelar leite por muito
tempo, parece que muda um pouco a consistência (apesar do gosto continuar
perfeito), então ele vai para o congelador apenas algumas horas antes da
viagem. Cerca de 12 horas é suficiente.
Para viagens ao exterior fica um pouco mais
complicado, por isso na semana anterior à viagem, eu capricho ainda mais na
alimentação das crianças. No avião, algumas empresas deixam que você entre com
o que vai consumir durante o voo, mas confirme a informação antes. Durante sua
estadia, pesquise com antecedência onde conseguir alimentos de qualidade.
Viajar jamais deve ser sinônimo de comer porcaria!
Iogurtes e queijos vão da geladeira direto
para a térmica. Como no caso dos ovos, o que tem de congelado em volta consegue
manter o frescor necessário. Além disso, queijo congelado é horrível!
As crianças maiores amam comer bolinho de
carne na estrada - sempre fiz viagens longas de carro na infância e esse item
nunca podia faltar. Um alimento delicioso e muito prático.
Você pode até argumentar que viajar com uma
lata de leite em pó e alguns potinhos de papinha industrial (com modo de
preparo duvidoso, óleos oxidados e ingredientes não totalmente conhecidos) é
muito mais prático e rápido, além de não ocupar tanto espaço. Deixar para
comprar qualquer coisa no supermercado do destino parece ainda mais fácil! Pode
ser, mas eu acho mais prático mesmo ter um filho muitíssimo bem nutrido que
não fica doente nunca. Criança doente ou agitada demais não é nada prático.
Sim, porque criança mal alimentada tem uma forte tendência a ficar agitada.
E tem a desculpa de que também é “só de vez
em quando”. Esse argumento me apavora porque para o “de vez em quando” virar
“sempre” é um pulo!
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