FONTE: Noemi Flores, TRIBUNA DA BAHIA.
A população não preserva os rios de uma
cidade como Salvador que é naturalmente cortada por eles. E o resultado disto é
lamentável: mais de 80% apresentam um índice de qualidade ambiental de ruim a
péssima, com alta concentração de coliformes termotolerantes (incluído os
fecais) e baixa concentração de oxigênio.
O único que apresenta índice bom é o Rio
Cascão, no trecho próximo ao 19º Batalhão de Caçadores, no Cabula, segundo os
técnicos, porque está dentro de uma área que ainda tem mata preservada. As lagoas
de Salvador também estão menos poluídas que os rios.
Estas foram as conclusões de análises feitas
por técnicos do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema)
apresentadas ontem durante o seminário Qualidade Ambiental dos Rios e Lagoas da
Cidade de Salvador.
O coordenador de Monitoramento do
Inema, Eduardo Topázio, afirmou que este trabalho tem o objetivo de avaliar a
qualidade dos rios para alertar a população sobre a poluição destes rios
urbanos e o cuidado que se
deve ter com a água nas atitudes cotidianas, visando mudanças de comportamento
para um futuro mais sustentável.
“Os resultados desse estudo confirmam
que a falta de saneamento urbano e o uso ocupacional do solo de forma
desordenada da cidade causam impacto diretamente na qualidade ambiental dos
rios de Salvador. O exemplo disto é o Rio Cascão que apresentou resultado
favorável, devido à preservação da mata ao redor”.
Topázio explica que a forma como
foram originados vários bairros da cidade contribuiu para isto. “A cidade cresce, é ocupada
pela população, só depois que o Estado pode
entrar com a infraestrutura. Quando já estão morando na localidade é que vai
ser instalada a rede de esgoto sanitário”, explicou.
Ele acrescentou que muitas vezes não há nem
possibilidade de se construir uma rede de esgoto em determinados locais porque
“tem lugar desordenado, com casas construídas dentro dos rios que se torna uma
missão impossível a instalação de esgoto”,lamentou.
Rios analisados.
Os técnicos do Inema fizeram análises
preferencialmente nos trechos próximos à nascente e à foz dos seguintes rios: A
Bacia do Rio Camurujipe, compreende uma das três maiores bacias do município, a
foz é desviada do Costa Azul e a nascente é no bairro de Pirajá, percorre os
bairros Alto do Cabrito a Pernambués. De acordo com os técnicos do Inema, lá
ainda é utilizado o corpo receptivo de esgoto sanitário.
Outros rios analisados foram o Rio dos
Seixos cujo percurso é do Vale do Canela ao Cristo da Barra; Rio Lucaia:
Avenida Joana Angélica, Dique do Tororó, Rio Vermelho, Vasco da Gama; Bacia do
Rio das Pedras (Pituaçu), com os afluentes Rio Cachoeirinho, atrás do
Cabula VI e Sussuarana, Rio Saboeiro, no Saboeiro, Rio Cascão (19º Batalhão de
Caçadores do Exército, no Cabula); Rio das Pedras, Paralela à Boca do Rio;
Bacia Hidrográfica do Rio Passa Vaca, de Pau da Lima, São Marcos e Piatã; Rio
Jaguaribe e Rio Trobogy: Águas Claras, Valéria e Castelo Branco, Piatã; Rio do
Cobre: Coutos a Enseada do Cabrito; Rio Paraguari (subúrbio, Bacia do Lobato
(subúrbio) e Rio Paripe (bairro mesmo nome).
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