Há exatos trinta anos a
Seleção de Jequié conquistava de forma brilhante o Campeonato Intermunicipal de
Seleções Amadoras do estado da Bahia, a maior competição de futebol envolvendo cidades n o mundo, o evento
promovido pela Federação Baiana de Futebol que tinha como presidentes Marcio
Mattos de Oliveira e que muito bem conduziu os destinos da entidade máxima do
futebol baiano.
O Campeonato teve inicio
em 83 e sua final aconteceu no dia 29 de abril de 1984, na partida envolvendo
as seleções de Feira de Santana x Jequié, naquela oportunidade a decisão
aconteceu no Estádio Pedro Caetano na vizinha cidade de Ipiau, já que a seleção
de Jequié disputou toda competição fora da cidade por conta da reforma que
passava o Estádio Waldomiro Borges passava por reformas, as fases inicias o
selecionado Jequiéense jogou no Estádio Municipal de Itiruçú, mas como a final
teria que acontecer em um estádio com dimensões maiores foi escolhida então a
cidade de Ipiau para sediar aquele que seria um dos mais importantes jogos na
vida do futebol amador jequiéense (vale
salientar que Jequié já havia conquistado o Intermunicipal de 1969).
A seleção comandada tecnicamente
por Roque Suzart, vinha de uma campanha que deixava muitos sem acreditar que
estava acontecendo aquilo e que uma equipe totalmente desconhecida e disputando
os jogos fora de seus domínios estivesse conseguindo desbancar seleções mais
bem montadas e estruturadas como Cachoeira. Maragogipe, Ilhéus, Itabuna entre
outras cidades que tentavam o titulo daquele ano.
Até chegar á final a Seleção
de Jequié só havia perdido dois jogos e chegou a última fase jogando por dois
resultados iguais e com direito de fazer a final no Estádio que escolhesse, o
primeiro jogo aconteceu em Feira de Santana no Estádio Jóia da Princesa (hoje
Alerto Oliveira) que passava por reformas, naquele 22 de abril (dia do primeiro
jogo) choveu muito em Feira, o campo pesado e uma arbitragem que foi a campo
com a intenção de tentar tirar o titulo da equipe da terra do sol, fez com que
os garotos perdessem por dois a um.
A partida de volta que
poderia acontecer em qualquer local foi mesmo para Ipiaú e lá também naquele
domingo (29 de abril), muita chuva e apreensão por parte da torcida local de um
novo resultado negativo e o titulo ir mesmo para a Princesa do Sertão, só que o
time estava fechado e unido e só DEUS para fazer que Feira saísse de Ipiau comemorando
a conquista.
Roque Suzart que no início
havia sido contestado quando foi anunciado como técnico da seleção (inclusive
pelo titular deste espaço e foi ganhando a minha confiança ao longo da
competição) reuniu o grupo e deixou claro que não chegaram ali por acaso e que
Feira não tinha um time melhor que o da cidade sol.
O jogo transcorria
normalmente e o zero a zero teimoso ia dando o titulo a feira, os profissionais
de imprensa da referida cidade já mandavam preparar o trio para entrada da
cidade por que o titulo estava sendo carimbado com aquele resultado, só que os
feirenses não esperavam e nem contavam com um escanteio (corner) aos quarenta e
seis minutos de jogo, Pelezinho o capitão do time foi para cobrança e jogo no
meio da área no abafa, eis que como um raio apareceu Pedro Macaco (um dos
melhores jogadores da seleção) e de cabeça mandou para o fundo da rede do
goleiro feirense decretando ali o resultado do jogo, a vitória e conseqüentemente
a conquista do titulo, coube aos profissionais de imprensa e torcedores de
feira ficarem calados olhando a festa do esquadrão jequiéense de sua torcida e
da cidade de Ipiau que adotou naquele dia a Seleção de Jequié como a sua.
Durante a campanha não
só a falta de estádio par
a os jogos em casa e sim uma estrutura melhor para que
todos pudessem contar com mais tranqüilidade para trabalhar, o presidente da
Liga Desportiva Jequié (LDJ), o grande Roberto Cosme, contava em sua diretoria
com homens que pensavam em um dia ver de volta o futebol amador e profissional
da cidade brilhando e foram a luta, posso aqui citar alguns deles: Getúlio da
Luz Ferreira (Gê), Renato Galvão (Cuscuz), José Simões de Carvalho Junior,
Argileu Piropo, Nildo Pelergrini, Iziodirio Manoel do Carmo (falecidos). Na
torcida posso aqui citar também alguns que representam tantos outros que ia em
todos os jogos em cima de carrocerias de caminhões de carona ou em carros
fretados.
O senhor Rosalvo
Conceição (mais conhecido como Rosalvo da cerjel) sempre dava carona a três ou
quatro torcedores para verem os jogos, Paulo Lelis da Silva (Paulo baleia) (os
dois já falecidos), Cambuí, Niva Capoteiro, Nozinho, Xiricão (este chegou a ser
convocado, mas por causa do trabalho se afastou da equipe ainda no inicio dos
trabalhos), (estes: Nozinho e Xiricão quase morrem na volta de Ipiau já que o
veiculo que viajavam colidiu com um caminhão de tijolos e nem viram a festa por
que foram levados em estado grave para o
Hospital). Cito aqui apenas estes em nome de todos aqueles que viveram e
acompanharam a seleção naquela caminhada até o titulo.
Na comissão téncica
Roque Suzart, contava com seus amigos e parceiros Carlos Alberto Borges
Oliveira (Tucha), João Silva (Caburé), Vaderly Andrade (Vandé já falecido),
Walter Gomes de Santana (foca), Dr. Gilson Fonseca, etc.
Durante o
Intermunicipal a diretoria da LDJ contou com apoio total do comércio e da
industria local e da cidade de Itiruçu além da prefeitura e torcida daquela
cidade que receberam os jequiéense de braços abertos. A prefeitura de Jequié
através do prefeito Landulfo Caribé e seu vice José Simões carvalho (que também
por um período assumiu a condição de
prefeito) ajudaram no que puderam a Liga.
Os artistas que durante
quase cinco meses lutaram com unhas e dentes pela conquista do titulo foram:
Bonitinho, Zandonei, Pedro Macaco, César Macaco, Cobrinha, Alagoano, Tim Maia,
Pelezinho, Bia, Bino, Boy (que depois ao se tornar profissional passou a ser
chamado de Baiano), Valdir, Beleza, Walter, Fio, Edisio, Niltinho Careca, Mascarenhas
entre outros que deixaram a seleção ou foram dispensados durante a competição.
A única nota que até me
deixa triste quando da conquista do titulo foi uma promessa feita pelo prefeito
da cidade no salão da prefeitura na presença do grupo de diretores, jogadores
comissão técnica e imprensa até hoje não
foi cumprida, o então mandatário do município prometeu um terreno a cada
jogador e até hoje a prometido não aconteceu uma vez que o prefeito da época e
seu vice já faleceram e os que vieram nunca procuraram saldar esta divida para
com aquele grupo de jovens que honraram e levaram o nome da cidade nos locais
mais distantes possíveis.
Fica aqui deste espaço
a homenagem pelos trinta anos da conquista do Intermunicipal 83/84, que cada
diretor, torcedor, membros da comissão técnica e jogadores daquela época sintam-se
abraçados pelo titular deste espaço. Afinal de contas são trinta anos e não trita dias.
OBS.: AS FOTOS AQUI POSTADAS SÃO DO ARQUIVO PESSOAL DO BOLG.
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