Segundo o cardiologista André Durães, os estudos que tentam encontrar
relação entre a saúde bucal e problemas sistêmicos não são novos e geram
diversas controvérsias.
A máxima de que a saúde começa pela boca nunca esteve tão
atual, especialmente depois que um estudo da University College London (UCL)
mostrou que o hábito de não escovar os dentes, ao menos duas vezes ao dia,
contribui para ter mais chance de desenvolver doenças cardíacas. No estudo –
feito com 11 mil pacientes – foi possível observar que aqueles que não
mantinham uma escovação mínima de duas vezes ao dia apresentaram 70% mais
chances de sofrer um infarto do miocárdio, por exemplo. Além dos cuidados com a
higiene e a saúde bucal, foram observados também hábitos de vida como o
tabagismo, prática de atividade física, entre outros.
Do grupo pesquisado, somente seis pessoas em cada dez
visitavam o dentista a cada seis meses. Em um período de oito anos, os menos
cuidadosos com a higiene bucal tiveram maiores problemas cardiovasculares.
De acordo com a cirurgiã dentista Safira Andrade, quem
não cuida da sua saúde bucal também não deve estar atenta à sua saúde geral.
“Todos devem estar conscientes de que a cavidade oral é um meio extremamente
contaminado, com inúmeras bactérias que convivem harmoniosamente, desde que
haja, da nossa parte, uma vigilância constante com a higiene oral”, esclarece a
dentista, ressaltando que, quando isso não acontece, problemas infecciosos
surgem, como como cáries, gengivite e periodontite.
“Essas infecções causadas pela presença e crescimento de
bactérias podem migrar, via corrente sanguínea, para outras partes do corpo,
comprometendo a saúde sistêmica do indivíduo”, explica.
Coração.
A cirurgiã chama atenção ainda que as doenças cardiovasculares possuem causas diversas e complexas e que fatores de risco como a hipertensão arterial, tabagismo, diabetes, histórico familiar não podem ser esquecidos.
A cirurgiã chama atenção ainda que as doenças cardiovasculares possuem causas diversas e complexas e que fatores de risco como a hipertensão arterial, tabagismo, diabetes, histórico familiar não podem ser esquecidos.
“Dados epidemiológicos, experimentais e clínicos
sugerem que infecções, incluindo as associadas às doenças periodontais, podem
constituir um fator de risco para doenças cardiovasculares. A endocardite
bacteriana, por exemplo, (ou infecção bacteriana das válvulas cardíacas) é um
problema cardiológico, decorrente de processos infecciosos que, muitas vezes,
têm origem na cavidade oral”, pontua Safira.
Ela chama atenção para alguns estudos que também
têm procurado demonstrar que indivíduos com doença periodontal ou periapical
podem apresentar um aumento significativo do risco para desenvolver algumas
doenças sistêmicas, incluindo a aterosclerose.
Segundo o cardiologista André Durães, os estudos que
tentam encontrar relação entre a saúde bucal e problemas sistêmicos não são novos
e geram diversas controvérsias. Para o médico, mesmo que os resultados precisem
considerar outras variáveis como o estilo de vida da população estudada, é
importante considerar que a saúde diz respeito a uma totalidade. “Durante muito
tempo, as doenças bucais foram relegadas, mas, nas últimas décadas, começaram a
surgir associações entre a saúde da boca e o bem-estar geral”, completa o
médico.
Durães chama atenção para o fato de que, embora nenhuma
aspecto relacionado à saúde deva ser descuidado, é importante salientar que as
enfermidades coronarianas não aparecem por um fato apenas. “Mesmo nas
endocardites bacterianas, além dos problemas bucais, é preciso que existam
fatores predisponentes para que a patologia se instale”, diz.
Gengivas.
A doença periodontal é um estado inflamatório nos tecidos que dão sustentação aos dentes e sua severidade está relacionada aos tipos de bactérias e como o organismo reage a elas. Segundo Safira Andrade, o conhecimento científico atual indica que a doença periodontal pode agravar doenças cardiovasculares, diabetes e induzir partos prematuros, além de ser possível causa de endocardite bacteriana, pneumonias e abcessos cerebrais.
A doença periodontal é um estado inflamatório nos tecidos que dão sustentação aos dentes e sua severidade está relacionada aos tipos de bactérias e como o organismo reage a elas. Segundo Safira Andrade, o conhecimento científico atual indica que a doença periodontal pode agravar doenças cardiovasculares, diabetes e induzir partos prematuros, além de ser possível causa de endocardite bacteriana, pneumonias e abcessos cerebrais.
Safira Andrade lembra que pacientes cardiopatas devem
receber atenção especial quando o assunto é saúde
bucal, preferencialmente de uma equipe multidisciplinar.
“Nesses casos específicos, o trabalho sempre deve ser em conjunto entre
médico e cirurgião-dentista, com foco na prevenção. As pessoas mais propensas
geneticamente ou que possuam algum fator de risco por hábitos devem apostar na
prevenção odontológica”, salienta.
A cirurgiã lembra ainda que pacientes com doença
periodontal devem receber maior atenção no tratamento e controle dessa
enfermidade, através de profilaxia e limpeza realizada por um dentista. “Para
pacientes de risco, é importante consultar um dentista ao menos duas vezes ao
ano”, conclui.
Esclerose lateral: revista e associação fazem parceria
para informar sobre doença
A coluna Anotações do Bem, da revista virtual Eu Não Anoto Nada (www.eunaoanotonada.com.br), ganhou um novo olhar, com uma parceria estabelecida pelo site com a Associação Pró-Cura da Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA). O intuito da ação é disseminar conhecimento e informação sobre a doença, que é responsável por quase duas mortes por cem mil habitantes por ano.
A coluna Anotações do Bem, da revista virtual Eu Não Anoto Nada (www.eunaoanotonada.com.br), ganhou um novo olhar, com uma parceria estabelecida pelo site com a Associação Pró-Cura da Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA). O intuito da ação é disseminar conhecimento e informação sobre a doença, que é responsável por quase duas mortes por cem mil habitantes por ano.
A ELA é uma doença neurodegenerativa progressiva e fatal,
caracterizada pela degeneração dos neurônios motores, que são as células do
sistema nervoso central que controlam os movimentos voluntários dos músculos, e
com a sensibilidade preservada. Hoje, quase 5 mil pessoas são diagnosticadas
com ELA anualmente no Brasil. Para mais informações sobre a doença, acesse o
site: www.procuradaela.org.br.
Maconha medicinal: simpósio abordará uso terapêutico da
Cannabis no tratamento clínico.
O Cebrid – Centro Brasileiro de Informações Sobre Drogas realizará, de 15 a 17 de maio, no auditório da Cinemateca Brasileira (Vila Mariana/SP), o IV Simpósio Internacional sobre a Maconha Medicinal. Com o objetivo de promover o debate acerca do uso de derivados de Cannabis para o tratamento de doenças e seus sintomas, o evento está estruturado em três eixos:
O Cebrid – Centro Brasileiro de Informações Sobre Drogas realizará, de 15 a 17 de maio, no auditório da Cinemateca Brasileira (Vila Mariana/SP), o IV Simpósio Internacional sobre a Maconha Medicinal. Com o objetivo de promover o debate acerca do uso de derivados de Cannabis para o tratamento de doenças e seus sintomas, o evento está estruturado em três eixos:
a) Depoimentos de pacientes brasileiros que sofrem de
moléstias diversas e que estão sendo tratados por substâncias
canabinoides.
b) Médicos do Brasil, Canadá, Estados Unidos e Reino Unido
discorrerão sobre como eventualidades clínicas são tratadas nos seus países.
c) Mesa-redonda com diretores de agências do governo
federal como Anvisa, Capes e Senad, além de cientistas e legisladores.
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