FONTE: *** EFE, em Washington (noticias.uol.com.br).
A desculpa da
"dor de cabeça" tem uma razão válida, segundo o primeiro estudo
científico que analisou do impacto que a dor tem sobre o desejo sexual das
fêmeas e dos machos, publicado nesta quarta-feira pela revista "Journal of
Neuroscience".
Os pesquisadores da
Universidade McGill e da Universidade Concordia, do Canadá, descobriram em um
estudo com ratos que a dor causada pela inflamação reduziu a motivação sexual
das fêmeas em cio, mas não teve o mesmo efeito nos machos.
"Sabemos por
outros estudos que o desejo sexual das mulheres é muito mais dependente do
contexto que o dos homens, mas se isto se deve a fatores biológicos ou
socioculturais, como a criação e a influência dos meios de comunicação, ainda
não se sabe", explicou Jeffrey Mogil, professor de psicologia na McGill.
A conclusão que
também nas mulheres a dor inibe o desejo sexual "indica que pode haver uma
explicação de evolucionária para estes efeitos nos humanos e que não se trata
somente de um aspecto sociocultural", acrescentou.
Para o estudo, os
cientistas colocaram os ratos em uma câmara de acasalamento dividida por uma
barreira com orifícios pequenos o suficiente para impedir que os machos
pudessem passar de um lado ao outro.
Isto permitiu que as
fêmeas, menores, decidissem se queriam estar acompanhadas, e por quanto tempo,
passando para a ala masculina da câmara.
As fêmeas que sentiam
dor passaram menos tempo em companhia de um macho e, como resultado, houve
menos comportamento sexual. Os pesquisadores determinaram que era possível
reavivar o desejo sexual delas administrando um analgésico ou com um de dois
compostos que reforçam o apetite sexual.
Os machos foram
testados colocando em uma câmara sem divisão na qual tinham acesso livre a uma
fêmea no cio. O comportamento sexual dos ratos não foi afetado em grau algum
pelo mesmo nível de dor inflamatória.
Em um comentário do
artigo, o professor de psicologia Yitzchack Binik, que dirige o Serviço de
Tratamento Sexual e de Casais no Centro de Saúde da Universidade McGill, disse
que "frequentemente a dor crônica está acompanhada de problemas sexuais
nos humanos".
"Esta pesquisa
permite inferir um modelo animal do desejo sexual inibido pela dor que ajuda os
cientistas a estudarem este sintoma importante da dor crônica",
acrescentou.
*** EFE.
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