quarta-feira, 1 de julho de 2015

ESCLEROSE MÚLTIPLA AFETA 35 MIL PESSOAS NO PAÍS E MAIORIA MULHERES...

FONTE: Chayenne Guerreiro, TRIBUNA DA BAHIA.

A esclerose múltipla (EM) é uma doença autoimune.

No mundo, estima-se que a esclerose múltipla afete cerca de 2,5 milhões de pessoas. No Brasil, são cerca de 35 mil pacientes, dos quais nem metade recebe tratamento adequado.
A esclerose múltipla (EM) é uma doença autoimune, que acomete principalmente mulheres jovens, entre os 20 e os 40 anos que estão em fase reprodutiva da vida. Não há cura para a doença. Quando se trata de distúrbios sexuais relacionados à doença, os números são alarmantes.
A ocorrência de disfunções em portadores da EM pode chegar a 90% entre os homens e varia de 55 a 75% nas mulheres, segundo o livro Sexualidade e esclerose múltipla. Segundo a Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (ABEM), apenas cinco mil pacientes recebem o tratamento adequado para a EM no país. 

A esclerose múltipla, ao que sabemos hoje, é uma doença multifatorial, que envolve predisposição genética, alterações ambientais (como deficiência de vitamina D), infecções virais. Quando se tem muitos fatores associados, entendemos que a doença seja consequência da somatória destes fatores. Em termos técnicos, na esclerose múltipla, as células do sistema imunológico atacam a proteção das células nervosas chamada mielina. Com esta agressão que ocorre na mielina, os sinais elétricos ficam atrasados ou impedidos de serem transmitidos entre os neurônios causando diversos danos, seja na área motora, sensibilidade, equilíbrio, controle de funções esfincterianas ou nos processos em que todos estão envolvidos, como a função sexual, em um processo que é irreversível, explica o médico Roberto Carneiro, neurologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
De acordo com ele, as mulheres são as afetadas pela patologia. “A incidência da esclerose múltipla é maior em mulheres (6 mulheres:1 homem), a partir da terceira e quarta décadas de vida. Muitas vezes a doença se manifesta mais cedo, mas seu diagnóstico só é feito tardiamente,” conta.
Os sintomas da doença mais comuns são perda de equilíbrio e coordenação motora, formigamento pelo corpo e perda de força e de visão. Esse conjunto de fatores é chamado de surto. A intensidade e o intervalo entre os surtos variam de acordo com o estágio em que o paciente se encontra, e pode deixar sequelas, dependendo da gravidade.
Apesar da evolução na medicina e das descobertas na área, ainda é difícil diagnosticá-la precocemente, porque os sintomas se manifestam de formas diferentes em cada pessoa.  ”O passo mais importante no diagnóstico é suspeitar-se da doença. Muitos casos demoram seu diagnóstico por procurarem profissionais de outras especialidades que desconhecem os sintomas variados da EM. Não só no Brasil, mas como em todo o mundo o diagnostico é sempre tardio. Como o diagnóstico correto da doença necessita afastar-se diagnósticos diferenciais, e a realização de exames de imagem (ressonância magnética), e laboratoriais, há uma limitação econômica para o público de baixa renda,” conta o neurologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Mesmo com todas as dificuldades o médico afirma que é sim possível conviver com a doença da melhor forma possível, basta utilizar o tratamento adequado. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário