FONTE: Chayenne Guerreiro, TRIBUNA
DA BAHIA.
A esclerose múltipla (EM) é uma doença autoimune.
No
mundo, estima-se que a esclerose múltipla afete cerca de 2,5 milhões de
pessoas. No Brasil, são cerca de 35 mil pacientes, dos quais nem
metade recebe tratamento adequado.
A
esclerose múltipla (EM) é uma doença autoimune, que acomete principalmente
mulheres jovens, entre os 20 e os 40 anos que estão em fase reprodutiva da
vida. Não há cura para a doença. Quando se trata de distúrbios sexuais relacionados
à doença, os números são alarmantes.
A
ocorrência de disfunções em portadores da EM pode chegar a 90% entre os homens
e varia de 55 a 75% nas mulheres, segundo o livro Sexualidade e esclerose
múltipla. Segundo a Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (ABEM),
apenas cinco mil pacientes recebem o tratamento adequado para a EM no
país.
”A esclerose
múltipla, ao que sabemos hoje, é uma doença multifatorial, que envolve
predisposição genética, alterações ambientais (como deficiência de vitamina D),
infecções virais. Quando se tem muitos fatores associados, entendemos que a
doença seja consequência da somatória destes fatores. Em termos técnicos, na
esclerose múltipla, as células do sistema imunológico atacam a proteção das
células nervosas chamada mielina. Com esta agressão que ocorre na mielina, os
sinais elétricos ficam atrasados ou impedidos de serem transmitidos entre os
neurônios causando diversos danos, seja na área motora, sensibilidade,
equilíbrio, controle de funções esfincterianas ou nos processos em que todos
estão envolvidos, como a função sexual, em um processo que é irreversível”,
explica o médico Roberto Carneiro, neurologista do Hospital Alemão Oswaldo
Cruz.
De
acordo com ele, as mulheres são as afetadas pela patologia. “A incidência da
esclerose múltipla é maior em mulheres (6 mulheres:1 homem), a partir da
terceira e quarta décadas de vida. Muitas vezes a doença se manifesta mais
cedo, mas seu diagnóstico só é feito tardiamente,” conta.
Os
sintomas da doença mais comuns são perda de equilíbrio e coordenação motora,
formigamento pelo corpo e perda de força e de visão. Esse conjunto de fatores é
chamado de surto. A intensidade e o intervalo entre os surtos variam de acordo
com o estágio em que o paciente se encontra, e pode deixar sequelas, dependendo
da gravidade.
Apesar
da evolução na medicina e das descobertas na área, ainda é difícil
diagnosticá-la precocemente, porque os sintomas se manifestam de formas
diferentes em cada pessoa. ”O passo mais importante no diagnóstico é
suspeitar-se da doença. Muitos casos demoram seu diagnóstico por procurarem
profissionais de outras especialidades que desconhecem os sintomas variados da
EM. Não só no Brasil, mas como em todo o mundo o diagnostico é sempre
tardio. Como o diagnóstico correto da doença necessita afastar-se diagnósticos
diferenciais, e a realização de exames de imagem (ressonância magnética), e
laboratoriais, há uma limitação econômica para o público de baixa renda,” conta
o neurologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
Mesmo
com todas as dificuldades o médico afirma que é sim possível conviver com a
doença da melhor forma possível, basta utilizar o tratamento adequado.
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