FONTE: Naiane Nascimento, TRIBUNA DA BAHIA.
Publicada pelo Leia Já, site parceiro do Tribuna
da Bahia.
A um passo
da mobilização para incentivar a imunização contra o HPV, com início no próximo
domingo (3/4), há uma baixa cobertura vacinal e um dos motivos são as dúvidas
ainda circundam o tema. Apesar de os números referentes à quantidade de
infectados pelo vírus serem assustadores, há formas preventivas e tratamento
para homens e mulheres.
De
acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 290 milhões de mulheres
no mundo têm HPV. Dentre os tipos do vírus, os mais frequentes são os subtipos
16 e 18 que são considerados os de maior risco para o desenvolvimento do câncer
do colo do útero.
“A
transmissão do HPV é feita preferencialmente por via sexual, em menor
quantidade no parto (contato do bebê com a mãe) e no contato com as verrugas
genitais”, explica a Dra. Simone Carvalho, coordenadora de ginecologia e
obstetrícia do Hospital Esperança Recife.
Julgado
como um vírus silencioso, os indícios para perceber a infecção é a presença das
tais verrugas. “A pessoa infectada nem sempre apresenta indícios, pois isso
depende do sistema imunológico de cada um. Para isso é necessária a realização
de exames preventivos, chamado papanicolau. Além disso, é importante que exames
para detecção do subtipo de vírus sejam feitos”, detalha.
A
vacinação é aplicada gratuitamente na rede pública de saúde e destinada a
meninas de 9 a 13 anos. “O resultado da vacina tem resposta melhor quando
tomada o quanto antes, afinal, só há garantia de proteção através da vacinação
quando todo o ciclo de aplicações é feito. Essa idade é julgada como o período
em que a menina realiza todas as aplicações e está se abrindo para a vida
sexual”, explica a coordenadora do Programa de Imunização do Estado de
Pernambuco, Ana Catarina de Melo.
Segundo
a coordenadora, a vacinação contra o HPV já está sendo feita na rotina dos
serviços, bastando a jovem se dirigir à unidade de saúde mais próxima da sua
residência e realizar as aplicações das duas doses. “A primeira dose é feita no
dia zero e a segunda é feita seis meses após a primeira aplicação. Ela cobre os
quatro tipos mais prevalentes do vírus, o 6, 11, 16 e 18”.
Prevenção.
A
médica Simone Carvalho alerta que o uso de preservativos durante as relações
sexuais diminuem a forma de transmissão do HPV, afinal, a região que possui as
verrugas estarão cobertas.
No
entanto, mesmo esses indícios não existindo, o vírus pode estar presente,
então, para isso, é preciso a realização de exames preventivos para mulheres
com vida sexual ativa, assim como a detecção do subtipo que possui.
“É
importante identificar qual dos vários subtipos possui, pois a vacina pode não
oferecer proteção e tratamento contra esse tipo específico, apesar de cobrir os
tipos mais recorrentes”.
Tratamento.
Para
quem já possui HPV, o tratamento é simples e importante para evitar o câncer de
colo do útero. A vacina pode ser tomada tanto por quem detectou o vírus como
quem deseja se prevenir, isso inclui homens e mulheres.
“As
verrugas podem ser retiradas. Dependendo do tamanho e profundidade delas, podem
ser retiradas apenas com aplicação de ácido ou, em casos mais complicados, é
necessário procedimento cirúrgico”, esclarece a Dra. Simone Carvalho.
Em
todas as hipóteses, é aconselhado a aplicação da vacina e a procura por médicos
para esclarecimentos e realização de tratamentos. “O HPV não é algo maligno,
por isso tem fácil tratamento”, pontua a médica.
Custo da vacina na rede privada.
Algumas
clínicas de vacinação realizam a aplicação da vacina contra o HPV, para homens
e mulheres das diferentes faixas etárias. No entanto, o custo é pouco
acessível. Nesses locais, são ministradas três doses ao custo de, em média, R$
400 cada, sendo garantida a proteção apenas ao fim de todas as aplicações.
Nenhum comentário:
Postar um comentário