FONTE: Ana Flávia Lédo, TRIBUNA DA BAHIA.
Publicada pelo Feminino e Além, site parceiro do Tribuna da Bahia.
Não é a
primeira vez que falo de sêmen por aqui. Algumas curiosidades já
foram apresentadas em outra oportunidade. Hoje, no entanto, a informação que
trago é mais séria: sabia que algumas mulheres podem ter alergia ao
esperma?
Apesar de pouco frequente – 3 a 5% das mulheres
-, é possível sim que isso ocorra, trazendo muito desconforto para a vida
sexual e podendo até mesmo ser uma das causas de infertilidade do
casal. Pesquisadores acreditam que a principal causa da irritação seja proveniente
da PSA, uma proteína presente no esperma, que, em contato com a mucosa da
vagina, provoca a reação.
Segundo o ginecologista Alfonso Massaguer, a
alergia pode tanto acontecer apenas com um homem como com todos os parceiros
que a mulher tiver ao longo da vida. Isso porque substâncias como um
medicamento, por exemplo, ingeridas pelo homem, podem passar para o seu sêmen e
para a saliva desencadeando a alergia na mulher.
Sobre o diagnóstico de alergia ao sêmen ainda há muita discussão no meio médico, uma vez que os sintomas são parecidos com os de infecções causadas por fungos: coceira ou ardor após as relações sexuais, corrimento e a vagina pode ficar inchada e muito vermelha. Assim, é preciso a realização de vários testes, cujos resultados, no entanto, nem sempre são precisos.
Em relação à fertilidade, a dificuldade de engravidar
pode estar relacionada ao fato de o organismo da mulher encarar
o espermatozoide como um corpo estranho, matando-o. De acordo
com Massaguer, há em torno de 10 a 15% de casos de infertilidade que não
possuem causa definida, sendo a alergia uma das várias possibilidades.
Essa alergia, entretanto, não é algo tão grave assim, além
de, como visto, ser rara. Existem, contudo, alguns casos na literatura médica
de choques anafiláticos em mulheres hipersensíveis.
A Associação Nacional de Alergia e Asma (DAAB) de
Mönchengladbach, na Alemanha, já fez esse alerta, apontando,
inclusive, reações que vão além da irritação na pele, como vômito,
diarreia, crises nervosas e, em casos extremos, o desenvolvimento de asma
ou a ocorrência de um choque anafilático, provocando até a morte.
Se você, por um acaso, está entre o “premiado” grupo de
mulheres hipersensíveis, calma! Apesar desses casos extremos, como disse, a
alergia ao esperma não é algo tão grave assim. A primeira coisa a ser
feita é usar camisinha. Aliás, é o que deve ser feito sempre, né?!
Ok, mas chega um momento que o relacionamento já está
estável e vocês não querem mais usar a camisinha, o que fazer? É
possível preparar uma vacina com esperma diluído e aplicar na mulher
semanalmente em forma de injeção.
Após três meses, o sexo sem camisinha não será um problema.
Isso vale também para o caso de querer engravidar. E, claro, se mesmo tentando
isso, não conseguir engravidar, há a inseminação artificial como alternativa.
A alergia não é será um determinante para não ser ter
filhos, ok?! Ah, a DAAB apresentou também outra solução: o uso de de
antialérgicos, em comprimido ou spray, momentos antes do ato sexual. Esse
tipo de medicamento, todavia, só age durante a relação.
De qualquer maneira, é imprescindível o acompanhamento
médico. Visitar regularmente o ginecologista nos ajuda a evitar vários
problemas futuros e a cuidar da maneira correta de qualquer um já existente.
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