FONTE: André Carvalho, Do UOL, em São Paulo (http://noticias.uol.com.br).
Quem nunca bateu aquele prato de comida tarde da
noite e foi para a cama de barriga cheia. Mas quais as implicações deste hábito
para o nosso corpo? Como ele reage a esse processo?
Após comermos, nosso corpo inicia o processo de
digestão e absorção dos alimentos fazendo com que nosso organismo volte sua
energia para esta atividade, dando prioridade para que esse processo seja
feito. Se durante essa ação entramos em estado de sono profundo, nosso
organismo entra em conflito, já que duas atividades importantes do corpo humano
passam a ser realizadas simultaneamente.
"O ideal é evitar comer e imediatamente
dormir", explica o gastroenterologista Roberto Oliveira Dantas, da
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP.
Quando
dormimos e entramos no estágio de sono profundo, o funcionamento do aparelho
digestivo torna-se mais lento e as reações de nosso organismo ocorrem de uma
maneira menos espontânea, fazendo com que a absorção da comida não ocorra com a
mesma velocidade que ocorreria em condições normais.
O gastroenterologista faz uma ressalva para
alimentos leves, como frutas e bolos, que podem ser consumidos antes do sono
sem grandes problemas.
Quanto tempo antes do sono comer?
Três horas é o tempo ideal para garantir uma
digestão sem problemas antes do sono, principalmente para quem tem problemas como azia,
queimação e gastrite.
A ação da melatonina, hormônio que regula o ciclo
de sono e vigília em nosso organismo, também tem uma atuação importante nesse
processo. À noite, somos programados para desacelerar e dormir.
"A melatonina avisa nosso corpo que é noite, e
nosso corpo fica preparado para receber menos alimentos", afirma a
nutricionista Ana Paula Del'Arco. Isso explica também porque nosso corpo está
preparado para passar tantas horas sem receber alimento enquanto dormimos.
E a sesta depois do almoço, pode?
A sonolência que sentimos após a alimentação se dá
pela necessidade do nosso organismo de se concentrar na digestão, já que ele
precisa direcionar muito fluxo sanguíneo para realizar este processo. Assim,
qualquer atividade física um esforço do corpo que atrapalharia esta função.
"O processo de digestão precisa de energia,
precisa de trabalho do nosso corpo. Então ele começa a desligar outras coisas e
isso vai dando sono, para você não ficar ativo. Aí ele pode se concentrar na
digestão", diz Del'Arco.
Mas e por que podemos fazer uma sesta --aquela
soneca curta pós-almoço-- sem prejudicar o processo digestório? "A sesta é
coisa rápida. Ocorre com um sono mais leve. É mais ficar parado do que
dormir", explica Dantas, ressaltando que a digestão não é impactada neste
estágio do sono.
Melhor não comer nada?
Dormir com a barriga cheia não é legal, mas
tampouco com fome. "Se ficamos muito tempo em jejum antes de dormir, as
reservas energéticas serão utilizadas mesmo no sono", pontua a
nutricionista.
Não é porque estamos dormindo que não estamos
gastando energia, concorda o gastroenterologista Roberto Dantas.
Comer assim que acordar.
Depois de passar muitas horas sem comer, é
necessário que haja uma reposição de energias pela manhã. Ou seja,
precisamos tomar café da manhã logo depois de acordarmos.
"Você ficou muito tempo sem comer e seu corpo
precisa de alimento. O organismo está retomando totalmente suas
atividades", alerta a nutricionista Ana Paula Del'Arco.
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