FONTE: Daniela Carasco, do UOL, em São Paulo, (http://estilo.uol.com.br).
Mesmo em tempos de liberação sexual e debates
abertos sobre nude, a vagina segue cercada de tabus. Desde cedo, meninas são
ensinadas a tratá-la como uma zona quase proibida. Nas rodinhas de amigas, ela
ainda não entra em pauta com frequência. Algumas mulheres nunca tiveram coragem
de encará-la com um espelhinho.
O que a gente acha? Já é chegada a hora de tratar a
vagina como ela é. Confira, sete verdades sobre o assunto!
1. Chega de apelidos, ela merece
ser chamada pelo nome próprio.
Pepeca, tcheca, perereca, periquita, xoxota...
Tratados como apelidos “carinhosos”, esses termos são usados para esconder sua
real identidade: va-gi-na! O primeiro passo para se libertar dos preconceitos é
tratá-la com naturalidade. Afinal, estamos falando do órgão sexual feminino.
2. Tem de todas as formas e
tamanhos.
Nos consultórios de estética e clínicas, o mito da
vulva “perfeita” eleva os números de cirurgias e procedimentos de
“embelezamento” e “rejuvenescimento”. Em 2016, 25
mil brasileiras entraram na faca para corrigir a sua, segundo a Sociedade
Internacional de Cirurgia Plástica. A vagina da Barbie -- lisinha e simétrica –
é usada como referência. Acabar com o tabu desta questão é aceitar que nenhuma
será igual à outra, e que a assimetria presente em todo o corpo se estende à
região íntima. Pequenos lábios costumam ser maiores que os grandes lábios – e
isso é normal!
3. Pode tocar sim e sempre.
Um conselho recorrente dado às meninas já na
infância é: “Tira a mão daí, é feio”. A consequência? Segundo a ONG britânica
The Eve Appeal, metade das mulheres com idade entre 26 e 35 anos, não são
capazes de apontar os lugares certos de seu sistema reprodutor. A falta de
intimidade com o próprio corpo alimenta a repulsa e ainda faz cair o índice de
idas ao ginecologista. Outra séria implicação se dá na hora do prazer. Explorar
a vulva é fundamental para conseguir alcançar
o orgasmo.
Masturbe-se!
4. Ela tem cheiro e isso é
natural.
Sabonete, desodorante vaginal, lenço umedecido,
gel... O que não falta nas prateleiras das farmácias e supermercados são
produtos íntimos que camuflam o cheiro característico da vulva e perfumam a
região. Mas precisa mesmo? Não. A vagina exala naturalmente um odor sutil,
levemente ácido. E, além disso, ela é autolimpante – tem mais perfeição que
isso? Especialistas recomendam lavá-la
apenas com água na área
interna. A higiene excessiva é, na verdade, preocupante, pois pode esconder
sinais de infecção.
5. Os pelos não são vilões.
A depilação íntima virou um ritual de higiene e
estética, principalmente, no Brasil. Não à toa, o termo “brazilian wax”, que se
refere à retirada total dos pelos, ganhou o mundo inteiro como uma espécie de
modismo. Mas eles não estão ali por acaso. Os pelos funcionam como uma barreira
protetora contra
infecções e atritos.
6. Menstruação não é nojenta.
Na prática, o sangramento nada mais é do que a
eliminação do tecido do endométrio, que cobre a parede interna do útero. Ela
acontece duas semanas após a ovulação, quando não houve a fecundação e,
portanto, a gravidez está descartada. De acordo com o fluxo, a coloração
do sangue pode variar de um
marrom mais escuro ao vermelho intenso. É um processo natural e não há nada de
sujo nele. Aliás, a prática
sexual nesta fase está liberada!
7. Tem de toda cor.
Assim como os formatos, as cores da vagina variam
conforme o tom da pele de cada mulher, das amarronzadas às rosadas, e isso é normal.
Esqueça qualquer conceito de vulva ideal.
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