FONTE: Chloé Pinheiro, (http://estilo.uol.com.br).
Ele é a proteína mais abundante do corpo e
funciona como uma espécie de tijolo na construção de diversos tecidos: ossos,
dentes, tendões, músculos... e pele. O problema é que, com o passar do tempo,
sua fabricação natural diminui. “Nunca deixamos de produzir, mas um conjunto de
fatores afeta a sintetização a partir dos 35 anos, como dieta, estilo de vida e
questões de saúde” comenta Marcella Garcez, nutróloga da Associação Brasileira
de Nutrologia, de Curitiba.
Os especialistas indicam tomar suplementos de
colágeno a partir desse ponto. Mas o assunto ainda gera dúvidas porque até
pouco tempo se pensava que o colágeno que ingerimos, por ser quebrado durante o
processo digestivo, não atingiria a parte mais superficial do corpo. “O
colágeno é dividido em peptídeos que são absorvidos sim e tem funções muito
interessantes na cicatrização da pele, no combate ao envelhecimento facial, na
recuperação de cirurgias ortopédicas, para a cartilagem e muitas outras áreas”,
aponta Tatiana Gabbi, dermatologista da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Isso porque os tais peptídeos, depois de passarem
pelo sistema digestivo, irão formar os colágenos necessários para cada órgão do
corpo. Isso já acontece com a comida, quando ingerimos proteínas animais
--especialmente pele e couro-- e vitaminas como a C. Esses alimentos estimulam
a produção do colágeno, mas a pele, os cabelos e as unhas acabam ficando por
último na distribuição desses ajudantes.
Colágeno para as articulações.
“Há cinco anos eu dizia que o suplemento não
funcionava, mas hoje os estudos provam que ele consegue sim atuar na pele e não
só, mas especialmente nos tecidos que não se regeneram, como a cartilagem”,
destaca Marcella. Assim como a pele, a cartilagem que reveste as articulações
da coluna, do joelho, dos cotovelos e tantas outras juntas também depende muito
da proteína e sofre com a ação do tempo. Assim, o aporte extra pode ser um aliado
para atenuar os sintomas da artrose e de outros males que atacam as
articulações.
Por exemplo, um trabalho de 2011 da
Universidade Charles, na República Tcheca, descobriu que o suplemento de colágeno
pode ser mais eficaz do que o sulfato de glucosamina, substância popularmente
utilizada para combater desgastes articulares, em mais de mil mulheres que
tinham artrose de joelho.
As participantes, que tinham de 40 anos para
cima, ingeriram os suplementos por cerca de três meses. No fim da pesquisa, as
voluntárias que haviam tomado colágeno notaram uma melhora muito significativa
na intensidade da dor – 80% do grupo contra 40% da parcela que usou a
glicosamina. E os testes físicos realizados pelos pesquisadores comprovaram que
o desgaste passou a impactar menos a qualidade de vida delas depois do
colágeno.
A pele agradece.
As evidências também apontam que a ajudinha extra
do suplemento devolve firmeza, hidratação e atenua rugas. Para citar um
exemplo, um estudo recente comparou os efeitos de três produtos à base de
colágeno hidrolisado em 60 mulheres que tinham idades entre 46 e 69 anos.
Depois de 8 semanas, os grupos que tomaram qualquer um dos três produtos
apresentaram maior firmeza da pele e elasticidade do que as voluntárias que
tomaram placebo. As participantes também notaram melhora nas rugas. O trabalho
foi realizado por pesquisadores do Centro
de Farmacologia Voltado à Dermatologia (CPAD) do Hospital L’Archet 2, na
França.
Resultados animadores, desde a suplementação seja
feita do jeito certo. “Ela funciona, porém é preciso ingerir uma dose
considerável, de cerca de 10 gramas por dia, o que equivale a mais de dez
cápsulas, para obter algum benefício, e de maneira constante”, conta a
nutróloga curitibana. Não há nenhum perigo em tomar essa quantidade de
cápsulas, mas também não é lá muito agradável. As versões em pó são as mais
indicadas por serem mais fáceis de consumir na quantidade recomendada.
Elas são vendidas em sachês e podem ser diluídas
em sucos, no iogurte ou em outras receitas. Grande parte dos produtos
disponíveis na farmácia também leva aromatizantes e é possível encontrar a
versão natural, à granel, mas também sem as vitaminas necessárias para a
síntese do colágeno que já são incluídas nas versões industrializadas.
Antes de comprar, entretanto, consulte o médico e
fique atento aos rótulos: não é qualquer colágeno que tem esses poderes. “Para
ser absorvido pelo organismo da melhor maneira ele precisa ser hidrolisado,
processo que produz peptídeos, substâncias que auxiliam o trajeto do colágeno à
pele”, aponta Letícia Fontes, Nutróloga da Clínica MEI (Medicina Integrativa),
de São Paulo.
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