FONTE: Fabiana Nanô, Colaboração para o UOL, (http://estilo.uol.com.br).
A prática diária da meditação se faz mais do que
necessária nos dias atuais, com o estresse e a ansiedade aumentando cada vez
mais. Estes, porém, não são os únicos males que são tratados com a prática.
“Várias pesquisas foram feitas usando a meditação para o tratamento de doenças
crônicas [diabetes, hipertensão e dores] e, na maioria dos casos, o efeito foi
positivo para a saúde, bem-estar ou qualidade de vida”, diz o pesquisador Rui
Afonso, do Hospital Israelita Albert Einstein.
Segundo ele, uma pesquisa conduzida pela médica
Elisa Kozasa, também do Einstein, concluiu que a pessoa que medita diariamente
tem o cérebro mais eficiente e consegue lidar melhor com o estresse e a
ansiedade. “A meditação age em várias vias de neurotransmissores, regulando a
liberação de substâncias importantes para a saúde mental, e o principal efeito é a redução
nos níveis de ansiedade, estresse e melhora do humor”, diz ele.
Ainda segundo o pesquisador, não existe uma
meditação melhor que outra. “Depende muito do perfil do praticante e do
contexto em que ele está inserido. Talvez a recomendação aqui seja experimentar
alguns tipos e praticar aquele que mais faça sentido.”
5 tipos de meditação para
controlar estresse.
O termo significa atenção plena. Nesse tipo de
meditação, você fica atento ao que está fazendo naquele momento. Além da
atenção, no mindfulness você treina a "curiosidade" ou "mente de
principiante". "Seria uma atitude na qual estamos abertos à situação
sem julgá-la", afirma Marcelo Demarzo, médico e especialista em
mindfulness. Existem as técnicas atencionais, em que você usa uma âncora --como
a respiração ou o corpo parado ou em movimento-- para focar sua atenção. Há
também técnicas construtivistas, que têm a intenção de gerar um determinado
estado na pessoa. E há também práticas analíticas, que levariam a certas
reflexões ou autorreflexões.
Nela, você ensina a sua mente a mergulhar no campo
transcendental. "Você não tem o futuro, nem o passado, nem o agora. É a
experiência da consciência conhecendo a si mesma", diz Eliana Humenco,
instrutora da técnica. Segundo ela, existem etapas para esse aprendizado.
"É uma técnica de experiência prática, a pessoa aprende a atingir este
campo e a alcançar de forma sistemática o estágio consciência pura."
Eliana conta que é um estágio profundo como o sono, só que com a mente alerta.
Neste tipo de meditação, não há técnicas focais --como, por exemplo, focar na
respiração-- nem tempo presente. "Você não precisa se concentrar nem
controlar pensamentos", acrescenta Eliana. O intuito é mergulhar na
consciência.
A Raja Yoga é uma técnica de meditação pautada no
autoconhecimento. O principal objetivo é a compreensão de quem você é e qual é
o seu estado original. "Essa é a primeira pergunta de quem pratica essa
meditação", diz Juliana Vilarinho de Faria, coordenadora do Instituto Brahma
Kumaris, em São Paulo. A Raja Yoga não lança mão de nenhuma técnica focal e
tampouco utiliza os asanas --posturas da ioga. Ela pode ser feita sentada ou em
movimento e o importante é seguir quatro passos definidos que levam a pessoa a
atingir esse estado original de plenitude.
Ela vem do Budismo indiano e também é pautada no
autoconhecimento, na auto-observação e na busca profunda da interconexão entre
mente e corpo. A diferença é que a técnica é ensinada em cursos presenciais que
duram alguns dias, durante os quais os participantes devem seguir um Código de
Disciplina recomendado, aprendem os conceitos básicos e praticam o suficiente
para experimentar os seus resultados benéficos. Entre os princípios do Código,
está o de não matar, roubar, mentir, tomar intoxicantes ou praticar atividade
sexual. Os participantes também devem praticar o silêncio e são aconselhados a
não cruzar olhares.
Ela vem da tradição do Zen-Budismo, um braço do
Budismo que surgiu no Japão. Segundo a Monja Zentchu Sensei, a meditação Zazen
deve acontecer com os olhos entreabertos e com o corpo sentado de forma
correta. Uma das intenções dessa meditação é ter consciência de suas
percepções. "Nós tentamos perceber a respiração, não controlar",
explica ela. "Depois que que conseguimos ter consciência de nossas
percepções e também das emoções que essas percepções carregam, chega o momento
de entrar em comunhão com nós mesmos. Esse é o despertar, é ver a realidade
como ela é." Segundo a Monja, é este o ponto central do Zazen: perceber
como trabalha a mente, como ela percebe o universo e, então, conhecer quem
realmente somos.
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