Pesquisa aponta que, de 58 pacotes de serviços financeiros pesquisados,
81% sofreram reajustes abusivos.
O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor-Idec divulgou nesta
quarta-feira (20/12) os dados do estudo de tarifas bancárias dos cinco maiores
bancos do país: Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Itaú e
Santander.
O levantamento, que comparou os preços dos serviços financeiros entre
novembro de 2016 e outubro de 2017, constatou que os aumentos praticados foram
muito acima da inflação.
Entre os 58 pacotes de tarifas oferecidos pelos cinco bancos, 81% (50
pacotes) tiveram reajuste no preço.
Os maiores reajustes foram aplicados pela Caixa Econômica Federal, que aumentou
todos os dez pacotes de serviços com variações de preços entre 10,71% e 78,88%.
O reajuste médio do total de pacotes pesquisados ficou em 12,6%,
equivalente a 4,6 vezes a inflação do período.
Segundo a
economista do Idec e responsável pela pesquisa, Ione Amorim, “o aumento abusivo
de preço, sem evidência de uma melhora nos serviços prestados sinaliza a
necessidade de aprimoramento das normas de regulação, tal como dos critérios de
reajuste de preços”.
Além dos
reajustes praticados, os bancos que ofereciam serviços digitais (Itaú, Bradesco
e Banco do Brasil) suspenderam a oferta dos pacotes para novas contratações sem
justificativas.
De acordo com a
norma do Banco Central, os pacotes criados não podem ser interrompidos com
periodicidade inferior a 180 dias.
Para a
economista, os elevados reajustes de preços praticados pelos bancos expõem os
consumidores às práticas abusivas. “Os pacotes oferecidos na abertura de
contas, por exemplo, muitas vezes não levam em consideração as reais
necessidades do cliente, mas sim o perfil de renda, resultando em contratações
caras e serviços não utilizados. Por isso, é necessário pesquisar para
não ser induzido ao erro”, finaliza Amorim.
Nenhum comentário:
Postar um comentário