FONTE: *** Fábio Fujita, Colaboração para o VivaBem, http://vivabem.uol.com.br
É possível cravar sem sensacionalismo:
caminhar é uma verdadeira fórmula antienvelhecimento. Entre o sedentarismo
pleno e os ratos de academia, o hábito da caminhada regular acaba subestimado
ou ignorado.
Caminhar é a atividade física mais acessível que
existe. Além disso, é indicada para praticamente qualquer pessoa. O consenso é
de que 30 minutos diários, numa velocidade média de quatro a cinco
quilômetros por hora, são o ideal. Mas, mais importante do que a
duração da caminhada, é estabelecer uma disciplina. Veja a seguir os benefícios
da caminhada:
Prolonga a vida
entre 3 e 7 anos.
Para quem não acredita na eficiência que o
simples hábito de andar pode acarretar à qualidade de vida de uma pessoa, um
estudo feito em 2015 pela Universität des Saarlandes, da Alemanha, e publicado
no European Society of Cardiology Congress (Congresso da Sociedade
Europeia de Cardiologia) daquele ano concluiu que praticar uma
caminhada diária de 25 minutos seria suficiente para se prolongar a vida entre
três e sete anos.
A prática também diminui em cerca de 50% o risco
de um ataque cardíaco fulminante na faixa entre os 50 e 60 anos de idade. E a
caminhada tem os mesmos efeitos da corrida. A diferença é que, no primeiro, os
benefícios efetivos se darão em 14 semanas, enquanto na corrida eles serão
vistos em oito ou nove semanas, mas também provoca mais lesões.
Até emagrece.
Uma pessoa pode emagrecer caminhando, sim, desde
que observados outros contextos relacionados. Se o objetivo é simplesmente
perder peso, a caminhada decerto não é a atividade esportiva mais indicada. Mas
pode ser uma porta de entrada para isso. Um obeso que deixa o
sedentarismo para caminhar por 30 minutos durante três vezes por semana pode
ter uma perda de peso significativa no começo: se seu índice de
gordura for de 30%, ele não teria grande dificuldade para baixar a 20%, por
exemplo.
Já para um sujeito fisicamente ativo – o meio-termo entre o atleta e o sedentário –, uma caminhada provavelmente não terá grande efeito em termos de emagrecimento. Ou seja, a caminhada do posto de trabalho até o restaurante por quilo na hora do almoço pode ter algum valor dependendo da referência.
Já para um sujeito fisicamente ativo – o meio-termo entre o atleta e o sedentário –, uma caminhada provavelmente não terá grande efeito em termos de emagrecimento. Ou seja, a caminhada do posto de trabalho até o restaurante por quilo na hora do almoço pode ter algum valor dependendo da referência.
Controla o
diabetes.
O tipo mais comum de diabetes é o do tipo 2,
aquele que está ligado ao estilo de vida. O que ocorre é que a insulina que o
corpo produz começa a perder força. O exercício físico faz parte do arsenal de
tratamento para o diabético do tipo 2, só remédio e dieta não são suficientes
para controlar o problema. A caminhada ajuda a queimar o excesso de calorias
que vem da alimentação.
Reduz a
hipertensão arterial.
Vulgarmente conhecida como pressão alta, a
hipertensão arterial atinge um em cada quatro adultos, ou cerca de 25% da
população brasileira adulta, segundo a Sociedade Brasileira de Hipertensão. Pode
ocasionar o entupimento de um vaso no coração ou no cérebro, que levam
respectivamente ao infarto e ao AVC (Acidente Vascular Cerebral).
Uma experiência realizada na Escola de Educação
Física e Esporte da USP (EEFE-USP) de Ribeirão Preto, interior de São Paulo,
com pessoas que tinham doença arterial periférica, concluiu que a caminhada
reduz estes níveis. A doença arterial periférica obstrui os vasos sanguíneos
que levam o sangue para os membros inferiores. É um problema geralmente
atrelado à idade, atingindo de forma predominante pessoas com mais de 55 anos.
Após caminhar na esteira em velocidade
baixa (3,2 km/hora) até o limite de suas capacidades, os pacientes apresentaram
uma queda evidente da pressão arterial num período de 24 horas após o exercício.
Ajuda na saúde
mental e emocional.
Pesquisadores da Universidade de Kansas, Estados
Unidos, constataram que uma caminhada diária de 30 minutos é capaz de proteger
a memória e o cérebro e atenuar a evolução do Mal de Alzheimer. Doença
invariavelmente atrelada à terceira idade, o Alzheimer é um tipo de demência
causado pela morte das células cerebrais. Os participantes que
caminharam tiveram uma melhor atividade funcional como resposta
cardiorrespiratória para o exercício, com desempenho superior da memória e
redução da atrofia do hipocampo.
Atividades físicas como a caminhada regular
também estimulam a liberação de serotonina pelo cérebro, substância responsável
pela transmissão de dados entre os neurônios, e que equilibra o ritmo cardíaco,
o sono, o humor e o apetite, entre outros processos fisiológicos. O déficit de
serotonina no corpo é uma das causas para o surgimento de problemas de insônia,
irritação e de quadros depressivos. Quando uma pessoa caminha, seu cérebro é
impactado pelas coisas que observa, ouve e vivencia no trajeto, estimulando a
atividade mental.
*** Fontes:
Aluisio de Andrade Lima, educador físico, da Escola de
Educação Física e Esporte da USP (EEFE-USP) de Ribeirão Preto, interior de São
Paulo; Rodrigo Monteiro da Fonseca, personal trainer e mestre em biodinâmica do
movimento humano pela USP; Nabil Ghorayeb, cardiologista e especialista em
medicina do esporte; Enrico FuiniPuggina, docente da EEFE-USP de Ribeirão
Preto.
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