Campanha começa no dia
6 de agosto e vai até o final do mês.
Todas as crianças de um
ano a menores de cinco devem se vacinar contra a pólio e sarampo, independente
da situação vacinal. A nova Campanha Nacional de Vacinação Contra a poliomielite
e sarampo começa na segunda-feira, 6 de agosto, e vai até o dia 31/08.
No total, 11,2 milhões
de crianças devem ser vacinadas. O dia D de mobilização nacional será sábado,
18 de agosto, quando os mais de 36 mil postos estarão abertos no país.
A meta é vacinar, pelo
menos, 95% das crianças para diminuir a possibilidade de retorno da pólio e
reemergência do sarampo, doenças já eliminadas no Brasil. A madrinha da
campanha deste ano é a Xuxa, eterna rainha dos baixinhos.
Na coletiva de
lançamento da campanha, o ministro da Saúde, Gilberto Occhi, enfatizou que
saúde é responsabilidade de todos. “Não é uma responsabilidade exclusiva do
Ministério da Saúde, nem das secretarias, dos profissionais ou dos médicos. Às
vezes enfrentamos uma situação como essa, que nos traz um alerta, porque temos
uma falsa impressão de que a doença foi eliminada do país. Mas é a cobertura
vacinal elevada que faz a doença desaparecer. E é por isso que devemos
continuar vacinando nossos filhos, para manter essas doenças longe do Brasil”,
ressaltou Gilberto Occhi.
Para atender a esse
público, que é mais suscetível às doenças e suas complicações, foram adquiridas
28,3 milhões doses das vacinas, um total de R$ 160,7 milhões. Todos os estados
do país já estão abastecidos com 871,3 mil doses da Vacina Inativada
Poliomielite (VIP), 14 milhões da Vacina Oral Poliomielite (VOP) e 13,4 milhões
da Tríplice viral, que protege contra sarampo, rubéola e caxumba.
A campanha de vacinação
deste ano é indiscriminada, ou seja, pretende vacinar todas as crianças dessa
faixa etária no país, para manter coberturas homogêneas de vacinação. Para a
poliomielite, as que não tomaram nenhuma dose durante a vida, receberão a VIP.
Já os menores de cinco anos que já tiverem tomado uma ou mais doses da vacina,
receberão a VOP, a gotinha. Em relação ao sarampo, todas as crianças receberão
uma dose da vacina Tríplice viral, independente da situação vacinal, desde que
não tenham sido vacinadas nos últimos trinta dias.
“Neste tipo de
campanha, em um curto espaço de tempo, temos a oportunidade de vacinar 95%
dessas crianças. Assim, criarmos uma barreira sanitária, uma imunidade de
grupo. Rapidamente teremos a oportunidade de garantir que, mesmo que os vírus
da pólio e sarampo entrem no país, não encontrem uma fonte de infecção”,
explicou a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da
Saúde, Carla Domingues.
Ela também ressaltou
que é uma oportunidade de corrigir falhas vacinas. “ As crianças, por terem o
sistema imunológico mais frágil, podem não responder imunologicamente à
vacina”, esclareceu a coordenadora.
Nos estados que
registraram surtos de sarampo, a vacinação foi antecipada como medida de
bloqueio para interromper a circulação do vírus. Em Roraima, a campanha iniciou
em março e envolveu pessoas de 6 meses a 49 anos. Já em Manaus (AM), aconteceu
em abril e o público vacinado foi de 6 meses a 29 anos de idade. E, em
Rondônia, a vacinação está em andamento para crianças de 6 meses a menores de
cinco anos.
Durante a mobilização
nacional, esses estados devem convocar novamente as crianças, na mesma faixa
etária, de um a menores de cinco anos.
O Ministério da Saúde
oferta todas as vacinas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS)
que estão disponibilizadas no SUS. Ao todo, são 19 para combater mais de 20
doenças, em todas as faixas etárias. Por ano, são cerca de 300 milhões de doses
de imunobiológicos distribuídos em todo o país.
Queda na vacinação.
Desde que observou
redução nas coberturas vacinais do país, o Ministério da Saúde tem alertado sobre
o risco da volta de doenças que já não circulavam no Brasil, como é o caso do
sarampo.
Entre as principais
causas, pode-se apontar o próprio sucesso do Programa Nacional de Imunizações,
que conseguiu altas coberturas vacinais durante os seus 44 anos de existência.
Outros fatores são:
desconhecimento individual de doenças já eliminadas; horários de funcionamento
das unidades de saúde incompatíveis com as novas rotinas da população;
circulação de notícias falsas na internet e Whats App causando dúvidas sobre a
segurança e eficácia das vacinas; bem como a inadequada alimentação dos
sistemas de informação.
Para os estados que
estão abaixo da meta de vacinação, o Ministério da Saúde tem orientado os
gestores locais que organizem suas redes, inclusive com a possibilidade de
readequação de horários mais compatíveis.
Outra orientação é
reforçar as parcerias com creches e escolas, ambientes que potencializam a
mobilização sobre a vacina por envolver professores e a família. A Pasta ainda
alerta para a importância de manter os sistemas de informação devidamente
atualizados.
Sarampo - O
Brasil recebeu, em 2016, da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), o
certificado de eliminação da circulação do vírus do sarampo, e atualmente
empreende esforços para manter o certificado, principalmente por meio do
fortalecimento da vigilância epidemiológica, da rede laboratorial e de
estratégias de imunização.
No mundo, há registros
de casos de sarampo em alguns países da Europa e das Américas. Em 2017, foram
173.330 casos registrados. Em 2018 (até maio), 81.635 casos confirmados, a
maioria em países do Sudeste Asiático e Europa. Atualmente, o Brasil enfrenta
dois surtos de sarampo: em Roraima e no Amazonas.
Até o dia 25 de julho,
foram confirmados 822 casos no Amazonas e em Roraima. Além disso, alguns casos
isolados foram identificados nos estados de Rio de Janeiro (14); Rio Grande do
Sul (13); Pará (2), Rondônia (1) e São Paulo (1).
O reaparecimento da
doença está relacionado às baixas coberturas e a presença de venezuelanos no
país, comprovado pelo genótipo do vírus (D8) identificado, que é o mesmo que
circula na Venezuela.
Poliomielite - De
acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), três países ainda são
considerados endêmicos (Paquistão, Nigéria e Afeganistão). O Brasil está
livre da poliomielite desde 1990. Em 1994, o país recebeu, da Organização
Pan-Americana da Saúde (OPAS), a Certificação de Área Livre de Circulação do
Poliovírus Selvagem.
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