"Sofro
há um ano com muitos barulhos na barriga, parecem 'ronco de fome'. O que pode
ser e como tratar?"
Apesar de
constrangedores para muitas pessoas, os barulhos provenientes do aparelho
digestório são relativamente comuns. Considerando secreções, líquidos que são
produzidos por outros órgãos e que ingerimos, surpreendentes 10 litros de
fluidos fazem o caminho entre o estômago e os intestinos todos os dias.
Quando esses líquidos
estão se locomovendo, eles normalmente são acompanhados de gases, também
ingeridos pelo ar, por bebidas gaseificadas ou formados no próprio estômago,
por meio da fermentação de alimentos. Ao se movimentarem conforme passam pelo
aparelho digestivo, principalmente pelas alças do intestino delgado, os gases e
os fluidos provocam ruídos.
Bastante comum quando
há maior trânsito intestinal, como em casos de diarreia, todo mundo ouve a
passagem desses gases e líquidos. Entretanto, algumas pessoas podem ter algum
problema que provoque um aumento desse barulho. Cirurgias ocorridas
anteriormente no sistema digestivo e que formam tecidos cicatriciais ou até
mesmo tumores podem fazer com que a alça do intestino se feche. Isso diminui a
mobilidade dos fluidos e dos gases. O próprio intestino, na tentativa de vencer
a passagem, aumenta a produção de movimentos peristálticos e, consequentemente,
dos ruídos.
Diferente das pessoas
que não sofrem desse problema, indivíduos com a alça mais fechada costumam se
queixar, além do barulho, de cólica, dor e desconforto. Exames de imagem de
qualidade maior, como tomografia, ressonância ou contrastados, e às vezes até a
endoscopia e colonoscopia podem diagnosticar o problema.
Para quem tem apenas o
problema fisiológico, simples mudanças de hábito já reduzem os barulhos. O recomendado,
no caso, é diminuir o consumo de alimentos e bebidas que aumentam a produção de
gases, como refrigerantes, lácteos e carboidratos. Investigar também possíveis
intolerâncias e alergias alimentares pode reduzir drasticamente os barulhos.
*** Fontes: Jaime
Zaladek Gil, gastroenterologista do Hospital Israelita Albert Einstein; André
Augusto, cirurgião geral do Instituto Endovitta.
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