Especialista
alerta para a Colangite Biliar Primária (CBP), uma disfunção hepática
autoimune.
Existem diferentes
razões para o surgimento de coceira ou irritação na pele. Entre as mais comuns
estão as alergias, picadas de inseto, dermatites e outras. Mas uma doença rara
e pouco conhecida pode ser a causa, especialmente em mulheres de 35 a 60 anos.
Trata-se da Colangite Biliar Primária (CBP), uma disfunção hepática autoimune
caracterizada por destruição progressiva dos canais biliares presentes no
fígado.
"Um dos principais
sintomas da CBP é o prurido, também conhecido como coceira ou comichão, sem
causa aparente. A coceira excessiva surge, habitualmente, com mais intensidade
à noite ou em dias quentes", explica a médica ginecologista Patrícia de
Rossi.
A especialista
esclarece que existem diversas causas para esse incômodo, o que leva muitas
pessoas a procurarem imediatamente o dermatologista. Porém, como o
ginecologista é o médico que acompanha a saúde da mulher, pode ser o primeiro a
ser consultado sobre o sintoma. "Por isso, a indicação de um exame de
sangue específico, principalmente em mulheres acima dos 35 anos, é
essencial", explica.
Não existe ainda uma
explicação científica que justifique o porquê da CBP ser predominante no sexo
feminino. O que se sabe é que as doenças autoimunes são mais frequentes neste
sexo.
Dra. Patricia afirma
que, geralmente, a suspeita de Colangite Biliar Primária surge quando se
observam alterações no funcionamento do fígado. Para diagnosticá-la é
necessário que o paciente comece realizando dois exames de sangue simples:
fosfatase alcalina e a gama glutamiltransferase (Gama GT), que mostram se pode
haver lesão nos canais biliares. Após a suspeita, complementa-se a pesquisa com
outros exames realizados, mediante a solicitação médica como a pesquisa dos
anticorpos antimitocôndria.
Se os resultados
estiverem elevados, o paciente deve ser encaminhado ao hepatologista para
avaliar o que está causando essas alterações. O especialista poderá pedir
outros exames de sangue e ultrassom, biópsia do fígado ou uma colangiografia,
que avalia todo o caminho da bile e permite a identificação de obstruções ou
lesões dos canais.
"É importante que
a mulher peça ao seu médico ginecologista e também ao dermatologista a
investigação do funcionamento hepático quando surgir algum desses
sintomas", finaliza.
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