O câncer de pâncreas é
um dos tipos da doença com maiores taxas de mortalidade. Isso porque os
sintomas muitas vezes passam despercebidos, impedindo um diagnóstico --e
tratamento-- precoce. Atualmente, apenas uma em cada 10 pessoas diagnosticadas
com câncer de pâncreas sobrevive mais do que cinco anos. Um novo estudo feito
com ratos, entretanto, sugere que o canabidiol (CBD), um componente da maconha,
pode melhorar o prognóstico após o tratamento.
Os pesquisadores da
Universidade Queen Mary de Londres (QMUL), no Reino Unido, e da Universidade
Curtin, na Austrália, concentraram-se no potencial do CBD em vez de outro
composto de cannabis, o tetrahidrocanabinol (THC), porque o primeiro não causa
efeitos psicoativos.
No estudo, publicado no
periódico Oncogene
na segunda-feira (30), o professor Marco Falasca e sua equipe trabalharam com
um modelo de câncer de pâncreas em camundongos, que eles trataram com CBD em
conjunto com um medicamento típico de quimioterapia, chamado
"Gemcitabina".
A equipe descobriu que,
após esse tratamento de combinação, os roedores sobreviveram quase três vezes
mais do que os ratos de um grupo de controle, que só haviam sido tratados
somente com Gemcitabina.
"Este é um
resultado notável", diz Falasca. "O canabidiol já está aprovado para
uso em clínicas, o que significa que podemos rapidamente testá-lo em testes
clínicos em humanos", acrescenta.
Segundo o autor do
estudo, se eles puderem reproduzir esses efeitos em humanos, o canabidiol pode
ser utilizado em clínicas de câncer quase que imediatamente.
Os pesquisadores também
observam que estudos anteriores mostraram que o CBD pode melhorar os sintomas
associados a tratamentos de quimioterapia, incluindo náusea, dor e vômito.
Se futuros ensaios
clínicos provarem que o CBD é efetivo em melhorar as taxas de sobrevivência de
indivíduos que passam por quimioterapia para câncer pancreático, isso também pode
significar que o composto de maconha ajudará a compensar alguns dos efeitos
colaterais do tratamento.
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