Um estudo publicado na
revista científica Science Translational Medicine mostra que o uso contínuo de
antibióticos causa distúrbios no microbioma intestinal levar a mudanças
duradouras e destrutivas no sistema imune intestinal.
Realizada com
camundongos, a pesquisa mostra que essas alterações causaram o aumento da
suscetibilidade a certas infecções, uma descoberta que ressalta como o uso de
antibióticos pode levar a efeitos colaterais persistentes e imprevisíveis.
Os intestinos humanos
contêm uma variedade de células imunológicas que protegem o corpo contra vírus
enquanto coexistem com bactérias benéficas no microbioma intestinal.
Um desses tipos de
células, chamadas de macrófagos, é normalmente condicionada para tolerar
bactérias intestinais amigáveis sem provocar respostas inflamatórias. No
entanto, pacientes com doença inflamatória intestinal (DII), que tem sido
associada ao uso contínuo de antibióticos, apresentam uma quebra na tolerância.
Buscando saber se os
antibióticos podem afetar diretamente o comportamento dos macrófagos
intestinais, a equipe de cientistas responsável fez com que camundongos
ingerissem o medicamento. Os resultados mostraram que a substância levou os
macrófagos a produzir moléculas inflamatórias em excesso quando expostos a um
componente da parede celular bacteriana.
Os antibióticos também
perturbaram o modo como os macrófagos "treinavam" as células T
(importantes para a resposta imune) para se tornarem células T auxiliares (TH),
levando a uma superprodução do subtipo TH1.
Como resultado, os
roedores ficaram mais vulneráveis a infecções por bactérias e parasitas que
requerem outros subtipos de TH para a purificação. O efeito persistiu por 60
dias, mesmo após o repovoamento do microbioma intestinal.
Os testes seguintes
revelaram que a suplementação com butirato de ácido graxo reverteu a
superestimulação de macrófagos e preveniu o excesso de respostas de TH1 no
cólon, destacando uma estratégia potencial para fortalecer o microbioma
intestinal durante o tratamento antibiótico.
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