Os organizadores da
meia maratona de Trieste, na Itália, geraram grande polêmica na última
sexta-feira (26), quando anunciaram a decisão de excluir os atletas africanos
da competição, que acontece no próximo dia 5 de maio.
A alegação foi de que a
medida seria uma forma de combater o "mercado de atletas", já que
muitos são "explorados" por seus representantes.
"Queremos dar um
importante gesto sobre a exploração dos atletas africanos por parte dos
representantes, pois chegam mal pagos e tratados de forma indecente a respeito
de seu real valor esportivo. Por isso, até que mudem uma série de coisas, só
convidaremos atletas europeus", explicou Fábio Carini, presidente do
comitê organizador em declaração à televisão pública italiana, RAI.
Como era de esperar, a
decisão recebeu diversas críticas, inclusive do maior sindicato do país, que a
chamou de "apartheid" e considerou a exclusão como algo
"gravíssimo e sem justificativa".
"O simples fato de
alguém ter pensado em levar isto adiante diz muito sobre o que está acontecendo
atualmente na Itália. Chega de políticas que dividem e de racismo",
publicou o sindicato em seu Twitter.
O Partido Democrata do
Trieste também reprovou a medida, questionando a forma como os organizadores
estão tentando denunciar a suposta exploração de atletas africanos.
"Há instrumentos
para proteger estes atletas. Excluir todo um continente parece apenas uma
decisão discriminatória e dá a entender que o problema é unicamente africano e
que apenas atletas africanos são explorados", completou.
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