Você já ouviu falar em
“schadenfreude”? Esse termo, que em alemão significa “alegria pelo dano”, é
usado para descrever a satisfação que algumas pessoas sentem quando algo de
ruim acontece com um colega, conhecido, amigo ou até com alguém famoso. O
sentimento é carregado de inveja e tem sido descrito como fenômeno comum em
ambientes muito competitivos, nos quais a desgraça de uns pode resultar em
oportunidades para outros.
Pesquisadores das
universidades de Zurique, na Suíça, de Jiao Tong, na China, e de Cingapura
decidiram investigar o desenvolvimento e as consequências desse sentimento
pouco nobre. E eles descobriram que o “schadenfreude” é contagioso. Isso mesmo.
Até pessoas empáticas, que se importam com o bem-estar dos outros, podem acabar
sentindo prazer com a desgraça alheia, se o ambiente for dominado por gente
assim e as políticas de bonificação forem focadas no desempenho individual.
Os pesquisadores fazem
uma distinção entre o “schadenfreude” considerado justo, quando as pessoas
acham que a pessoa mereceu ser maltratada, daquele ambivalente, ou seja, o
prazer seguido de uma sensação de culpa. E os dois são ruins.
O problema do
“schadenfreude”, em particular o que parece justificado, é que ele pode
desencadear ciclos de maus tratos, segundo os autores. Quem presenciou a cena
pode começar a tratar o alvo da agressão de forma ofensiva, e a satisfação gera
um círculo vicioso. Em determinados ambientes, esse comportamento agressivo
pode acabar virando norma, segundo os resultados publicados no periódico Academy
of Management Review.
Os autores aconselham
gestores a evitarem esse tipo de clima, promovendo diálogo e incentivos
baseados no trabalho em equipe e não individual. Um ambiente inclusivo também
pode ajudar a reduzir sentimentos de inveja e ressentimento. As consequências
do bullying no ambiente de trabalho são maior risco de depressão, ansiedade e
esgotamento físico e mental, e tudo isso só afeta a produtividade.
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