Semana passada eu
destaquei, aqui, um estudo sobre os impactos da série “13 Reasons Why”, da
Netflix, sobre telespectadores jovens. Mas um novo estudo, publicado esta
semana, me faz ao voltar ao tema. O trabalho diz que houve 195 mais mortes por
suicídio que o esperado entre adolescentes de 10 a 17 anos de idade nos nove
meses seguintes ao lançamento da série nos EUA, em 2017. Na faixa dos 18 anos
ou mais não houve alterações significativas, segundo os autores, do Centro de
Pesquisa e Prevenção ao Suicídio.
Um dos pontos que mais
chama atenção é que o mês de abril daquele ano – um mês após a série ter ido ao
ar, foi o que teve mais registros de suicídio num período de cinco anos
consecutivos (de janeiro de 2013 a dezembro de 2017).
Os resultados deixam
claro que adolescentes são particularmente suscetíveis ao chamado efeito
Werther, quando uma notícia detalhada sobre o suicídio de uma pessoa famosa faz
o número de mortes aumentar nos meses após a exposição.
O trabalho, financiado
pelos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA, enfatiza que os criadores da série
erraram ao mostrar como a personagem se mata. Essa é uma orientação que as
autoridades de saúde sempre dão à imprensa, por exemplo, ao noticiar suicídios
de celebridades.
Um estudo publicado na
semana passada, também nos EUA, indicou que, para certos jovens que viram as
duas temporadas completas, a mensagem positiva prevaleceu. Já para adolescentes
mais vulneráveis, e que viram apenas alguns episódios, a série realmente
aumentou a frequência de pensamentos suicidas. A atual pesquisa mostra a
consequência dessa ideação em números. Com a expectativa de lançamento de uma
nova temporada em breve, é importante que os pais fiquem atentos.
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