Rumores e afirmações
antigas ainda cercam a vida sexual das mulheres. Com a quantidade de cirurgias plásticas
de reconstrução da região íntima feminina e o lançamento de produtos que
prometem "tornar as mulheres virgens novamente",
fica a dúvida: fazer muito sexo pode alargar a vagina?
A frase, apesar de
datada, ainda pode ser ouvida na atualidade. Mas hoje já é sabido isso não é
verdade. O ginecologista e obstetra Alberto d'Áuria, da Maternidade Pro Matre
Paulista, em São Paulo (SP), diz que não há argumentos científicos que
confirmam a informação.
"Isso não procede,
muito pelo contrário. A vagina, quando exercitada durante o sexo, tem uma
musculatura melhor, portanto, quem tem atividade sexual satisfatória, quando
exercitam a contração e o relaxamento da vagina, tende a ter mais tônus".
A ginecologista e
obstetra paulista Ana Maria Massad Costa também confirma que isso é um mito.
"Entre minhas pacientes, eu não tenho esse tipo de questionamento, ainda
bem. Nem o comprimento nem a largura da vagina são comprometidos em virtude da
frequência de relações", diz. Além disso, ela garante que a quantidade de
transas não interfere na obtenção de prazer. "O que garante uma relação
sexual boa é a transparência e honestidade entre o casal".
Se
é mentira, de onde veio essa história?
Ambos os especialistas
contam que este pensamento surgiu durante períodos da história da humanidade no
qual certos mitos foram criados para controlar o comportamento social --a vida
sexual foi um dos aspectos mais afetados.
"O mito de que a
vagina alarga por conta da frequência sexual nasceu quando os homens queriam
controlar as filhas, então ameaçavam dizendo: 'se tiver relação vai ficar com a
vagina flácida', afirma Alberto. "Existia uma frase grotesca, que já ouvi
várias vezes: 'Essa moça não é de família porque ela está arrombada'. O termo
foi colocado na mente dos jovens entre as décadas de 1930 e 1970 para
desmerecer mulheres de atividade sexual livre, para que nós, homens, pudéssemos
desvalorizá-las por sua vida sexual".
Mas
a vagina pode mudar de tamanho?
Os únicos fatores que
podem influenciar no tamanho do canal vaginal são malformações genitais e parto
normal. No caso das malformações, Ana Maria diz que, mesmo assim, a mulher pode
ter uma vida sexual normal. "É uma situação específica que pode ser
tratada com moldes de tamanhos progressivos".
Já no parto normal,
Alberto explica o que acontece com o corpo da mulher. "O assoalho pélvico
e a cavidade vaginal sofrem lacerações. Mas a vagina fica nove meses sendo
preparada, recebendo infusões altíssimas de estrógeno e progesterona. Na maioria
dos casos, ela se regenera naturalmente".
Ana Maria recomenda
exercícios para uma recuperação mais eficaz. "Com fisioterapia pré-parto e
pós-parto, o tônus vaginal volta praticamente por completo a ser como era
antes".
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