Flertar com colegas de
trabalho pode ser uma boa forma de aliviar o estresse, segundo um estudo
publicado pela Universidade do Estado de Washington, nos EUA. Mas os
pesquisadores esclarecem que esse clima de paquera não tem nada a ver com
assédio sexual, um problema sério que deve ser punido.
O estudo questiona
algumas políticas de tolerância zero adotadas em algumas empresas,
especialmente depois que o movimento #MeToo ganhou repercussão e levou até à
prisão de celebridades. Em alguns locais de trabalho, foram criadas regras como
evitar o compartilhamento de táxis e abraços em público.
Os pesquisadores
entrevistaram empregados nos EUA, Canadá e Filipinas, antes e depois do
movimento #MeToo. A equipe investigou o que os especialistas chamam de
“narrativa sexual”, ou seja, piadas e fofocas picantes. Além disso, verificaram
o efeito de comportamentos de flerte, como olhares tímidos e elogios sobre a
aparência física. Nada ofensivo, é claro.
A conclusão é que a
maioria dos funcionários é neutra em relação a narrativas sexuais. Mas ao
mencionar episódios casuais de flerte, a maioria manifesta sentimentos
positivos. Ao serem paqueradas por um colega, as pessoas se sentem bem com elas
mesmas, e isso ajuda a lidar com o estresse.
O trabalho, publicado
no periódico Organizational Behavior and Human Decision Processes,
contou com quatro grupos diferentes de empregados, sendo que, ao todo, mais de
1.400 pessoas foram entrevistadas. Em uma das amostras, os funcionários
enfrentavam um problema em comum – uma situação de injustiça cometida pela
chefia. E, para esse grupo, flertes até foram associados a um risco mais baixo
de estresse e insônia.
Para os autores do
estudo, regras muito rigorosas para evitar paquera no trabalho podem inibir
certos comportamentos que teriam um efeito positivo para os funcionários. Mas
eles deixam claro que o flerte é bem-vindo apenas entre colegas. Quando parte
de superiores ou chefes, o risco de confundir o elogio com assédio é alto, e aí
o estresse aumenta muito.
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