Uma pesquisa recente
apresentada em evento da AHA (American Heart Association) aprofundou os
conhecimentos a respeito da hipercolesterolemia familiar, doença silenciosa
hereditária que altera o processo de remoção do colesterol do sangue. A condição
pode desencadear até 20 vezes mais distúrbios cardíacos e pode atingir pessoas
que possuem a doença até 20 anos mais cedo que a população em geral.
O estudo sobre o tema é
resultado de mais de duas décadas de pesquisa. Raul Santos, médico do
Departamento de Cardio-Pneumonia e diretor da Unidade Clínica de Lípides do
Incor (Instituto do Coração) do HC-FMUSP (Hospital das Clínicas da Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo), explica que uma em cada 250 pessoas
será afetada pelo problema na população geral.
"Mas o componente
genético faz com que, nas famílias afetadas, uma em cada duas pessoas tenha a
doença", disse o especialista em entrevista ao Jornal da USP no Ar,
programa veiculado pela Rádio USP. "A história dessa doença geralmente é
assim, são pessoas que têm colesterol alto, várias gerações da mesma família
com o problema, e ainda com antecedentes de problemas do coração, como infarto
e angina, de 10 a 15 anos antes da população em geral", afirma.
Isso porque o
colesterol apresenta nível alto desde o nascimento do indivíduo — o valor pode
variar de duas a quatro vezes mais alto que o normal. "É essa exposição
desde cedo que acaba levando aos problemas cardíacos precoces", diz.
Nos últimos dez anos
foi possível avançar nos estudos da doença por conta do Hipercol Brasil,
programa de diagnóstico genético e de tratamento de pessoas com a doença. O
programa já avaliou cinco mil pessoas, a maior parte do estado de São Paulo, e
diagnosticou 1,5 mil casos, encaminhando o paciente para tratamento no Incor.
Além disso, após o
diagnóstico positivo, a família da pessoa é convidada a fazer o teste genético,
o que é conhecido por triagem cascata, e acaba identificando o problema em
outras pessoas e expandindo o tratamento. "A identificação é importante
pois ela é silenciosa e, quando identificada, ela pode ser tratada",
afirma o médico. Também pode ser feita a prevenção com remédios para diminuir o
colesterol, associados a dieta, que, sozinha, nem sempre é suficiente. O LDL,
colesterol ruim, tem seu valor médio normal em 110mg/dl e uma pessoa com
hipercolesterolemia alcança o valor de 300mg/ld.
Há uma maneira de
identificar o risco de a pessoa desenvolver problemas cardíacos. Com uma
tomografia cardíaca, identificam-se placas de aterosclerose ー de gordura ー que entopem as
artérias em pessoas assintomáticas. O exame detecta a calcificação nos vasos,
sendo diretamente proporcional, ou seja, quanto mais cálcio, mais placas, e
quanto mais placas, maior o risco de infarto. Uma pessoa com idade biológica de
40 anos, mas com a coronária repleta de cálcio, apresenta idade vascular de
alguém de 70 anos.
No projeto,
identificou-se que 20% dos pacientes tiveram algum tipo de evento
cardiovascular no passado. Além disso, já estão tratando a terceira geração de
algumas famílias e o tratamento foi gradualmente evoluindo. O médico reforça
que há muitas notícias falsas na mídia sobre colesterol, como a inutilidade de
remédios e diminuição de seu risco, mas isso não deve ser levado em
consideração. Para ter informações corretas é importante procurar um médico e
seguir suas prescrições.
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