Quando viajamos de
ônibus, temos confiança na empresa e, claro, no motorista que vai nos levar.
Ele tem a habilitação necessária, experiência e formação para conduzir o
veículo. Assim também é com avião. O piloto tem toda uma formação e número de
horas de voo antes de nos transportar.
Na Medicina não é
diferente. Durante muitos anos, estudamos anatomia, fisiologia e diversas
matérias. Depois de formados, fazemos quatro anos de pós-graduação, também
chamada de residência médica, e continuamos estudando pelo resto de nossas
vidas.
Quando somos procurados
para realizar um tratamento de varizes,
não estamos examinando apenas uma perna com veias "feias" e doentes.
Nossa visão vai muito além daquela perna: cuidamos do dono da perna, da pessoa
como um todo, procurando cuidar da saúde física e emocional e estabelecer uma
relação de confiança que certamente será duradoura.
Na consulta, examinamos
e conhecemos o paciente como um todo. Verificamos o sistema vascular,
procurando palpar as veias safenas, presença de varizes, de veias perfurantes,
de mudança de temperatura da pele, lesões e feridas, queda de pelos e qualquer
sinal que possa justificar uma investigação mais profunda.
Além disso, usamos
aparelhos como fleboscópio, doppler e, em determinados, casos realidade
aumentada para verificar as varizes que nutrem os pequenos vasos que aparecem
na pele.
Aqueles vasinhos
"feios", fininhos, vermelhos ou rosa, na sua grande maioria, são uma
expressão superficial de uma hipertensão venosa que, se não for diagnosticada e
tratada, não vai resolver o problema e vai se agravar com o tempo.
Riscos do tratamento
inadequado de varizes.
O consultório do médico
angiologista/cirurgião vascular é um ambiente preparado para receber e tratar
esses pacientes. Por isso, é importante reforçar que, se o tratamento contra
varizes não for feito com essa seriedade e rigor, problemas podem acontecer.
Algumas consequências de procedimentos inadequados são:
- Reações alérgicas ao medicamento
utilizado
- Administração do medicamento em uma
artéria superficial com risco de necrose local e mesmo perda de membro
- Trombose venosa profunda
e/ou embolia pulmonar
- Infecções de pele e
mesmo sepse por trabalhar em ambiente inadequado e sem
fiscalização
- Manchas e feridas na perna
Esses são algumas das
situações que constatamos quando recebemos pacientes que fizeram tratamento em
locais inadequados ou com pessoas sem formação adequada, inclusive não médicos,
e nos procuram para tratar as complicações. As úlceras,
por exemplo, costumam ser muito dolorosas e de difícil cicatrização.
Para evitar
complicações como essas e orientar a população que o tratamento das veias
varicosas não é um procedimento meramente estético e precisa ser realizado por
um médico habilitado, a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular
realiza a Campanha Nacional de Segurança na Escleroterapia.
Voltemos, então, à
pergunta no começo deste texto: você faria uma viagem em um avião pilotado por
uma pessoa não habilitada? Se você tiver uma dor no peito e suspeitar de um
infarto, você vai procurar quem? Tratar vasos e varizes é assim também, tem que
ser feito por médico especialista, habilitado para essa função.
Portanto, respeite sua
saúde e não se deixe levar pelas aparências. Tratamento médico é com médico.
Cuide bem de você e de sua saúde vascular.
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