FONTE: , Carolina Fioratti, https://www.msn.com/
Imagino que você tenha boas histórias sobre sua
infância para contar, mas aposto que nenhuma delas supera a que o pequeno
britânico Siddak Singh Jhamat viveu recentemente. No natal de 2020, o garoto de
apenas seis anos ganhou de presente um kit de escavação de brinquedo. Na última
semana, ele resolveu usar o brinquedo para explorar o quintal, onde pretendia
caçar minhocas e quem sabe encontrar coisas como pedaços de cerâmica e tijolos.
Suas ferramentas o levaram a uma descoberta muito mais relevante: um coral da
ordem Rugosa com aproximadamente 500 milhões de anos.
Os
corais da ordem Rugosa também são conhecidos como “Corais de Chifre”, devido ao
seu formato característico. Esses animais já extintos viviam de forma solitária
ou em colônias, sendo hoje comumente empregados como relógios biológicos pelos
cientistas. Em resumo, os pesquisadores analisam seu modo de crescimento e usam
os dados para determinar a duração dos dias e anos dentro de um passado
geológico distante.
Quem
identificou o fóssil foi Vish Singh, pai do menino e entusiasta de arqueologia.
Ele é membro de um grupo que discute fósseis no Facebook, e utilizou a rede
para postar um vídeo do achado e perguntar se alguém sabia o que era
aquele objeto encontrado por seu filho em uma profundidade de 20 centímetros no
quintal de casa. Logo, surgiu uma série de comentários explicando que a peça
curiosa era, na verdade, um coral da ordem Rugosa de idade estimada entre 251 e
488 milhões de anos – datando da era Paleozoica.
Por
que havia um coral enterrado no meio da cidade se estes animais vivem no mar? A
explicação é simples: no período Paleozoico, existia apenas uma enorme massa de
terra que formava um único continente, a Pangeia. Nessa organização, a região
que hoje chamamos de Inglaterra ainda estava submersa, o que explica também os
outros achados da criança. No dia seguinte à descoberta da Rugosa, Sid voltou a
cavar no quintal e encontrou um bloco de areia solidificado que trazia
moluscos, conchas marinhas e um crinóide – animal marinho que habita
profundezas de até 6 mil metros.
A
família, que vive na cidade de Walsall, explicou que há muita argila natural no
jardim em que foram feitas as descobertas, o que caracteriza um ambiente
propício para a fossilização. Mesmo assim, o coral foi uma surpresa para todos,
já que eles não estão em uma região conhecida por seus fósseis, como a Costa
Jurássica, no sul da Inglaterra. Esse
local, que foi considerado Patrimônio Mundial da Unesco em 2001, é tido como um
dos melhores do mundo para retirar fósseis.
"Dizem
que você pode encontrar fósseis em qualquer lugar se olhar com bastante
cuidado, mas encontrar um pedaço significativamente grande como esse é algo
único”, disse Vish Singh ao Guardian. A
família pretende apresentar os achados ao Museu de Geologia da Universidade de
Birmingham, na Inglaterra, para que seus pesquisadores possam realizar uma
análise aprofundada sobre os fósseis.
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