FONTE: *** Diego Garcia, Colaboração para o VivaBem, https://www.uol.com.br/
Nosso corpo é uma máquina complexa e, quando certas funções fisiológicas param de funcionar ou estão fora do normal, isso pode comprometer toda uma engrenagem e aumentar o nível de estresse no organismo, alterar a regulação do humor e gerar irritação.
Com a ajuda de especialistas, enumeramos seis coisas que afetam nossa fisiologia e podem nos deixar enfezados, além de explicar o porquê. Conhecer essas situações pode ajudar você a compreender melhor as reações do corpo e, em alguns casos, prevenir que outras complicações surjam e se transformem em doenças, já que muitas alterações no humor são, na verdade, sinais de alerta para algo que não vai bem e nem sempre percebemos.
Constipação.
Ficar muito tempo sem fazer cocô pode deixar alguém bem irritado. Quando não evacuamos, as fezes ficam paradas e afetam o trânsito intestinal e a população de bactérias no intestino. O que isso tem a ver com o estresse? O intestino é cheio de neurônios e 95% da nossa serotonina —neurotransmissor que tem várias funções no corpo, incluindo a regulação do humor— é produzida no órgão.
A relação entre cérebro,
intestino e humor é tão intensa que, em casos de constipação severa, a pessoa
pode até desenvolver quadros depressivos, assim
como pacientes que sofrem de transtornos como depressão, estresse crônico e ansiedade
podem sofrer problemas intestinais.
Sono.
Dormir mal ou dormir pouco deixa
a gente irritado, você deve saber. Durante o período de sono, nosso corpo
realiza uma série de atividades metabólicas e hormonais necessárias para o bom
funcionamento do organismo. Quando não dormimos bem, há um aumento no cortisol
(hormônio do estresse), estímulos e respostas emocionais são prejudicadas e tendemos
a sentir mais irritação.
Um
estudo realizado pela Academia Americana de Medicina do
Sono concluiu que quanto menos a pessoa dorme, com mais raiva ela pode ficar. A
ligação, no entanto, ainda não ficou clara para os pesquisadores, mas eles
acreditam que deve ter a mesma origem de sintomas já conhecidos provocados por
distúrbios do sono, como aumento da fadiga, irritabilidade e problemas de
autocontrole.
Dor crônica.
Tanto a dor aguda quando a crônica podem causar irritabilidade, ansiedade, pânico e até depressão. A dor também faz com que baixe a produção de serotonina, provocando as alterações de humor, dependendo da intensidade.
Um estudo realizado por pesquisadores do Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo) detectou que metade dos adultos com ansiedade ou depressão apresentava dores crônicas.
Falta de sexo.
Pessoas que passam muito tempo sem ter relações sexuais podem ficar mais irritadas, tensas e até agressivas, já que durante o sexo o corpo libera hormônios e neurotransmissores, como a ocitocina e a endorfina, que ajudam a relaxar e a reduzir o nível de estresse e ansiedade, melhorando o humor.
Com a pandemia e o isolamento
social, muita
gente tem sofrido com a privação sexual. Uma
dica dos especialistas é realizar atividades que causam a mesma sensação
pós-sexo: masturbação e exercícios físicos.
Má hidratação.
A maior parte do nosso corpo é composta por água. A substância é essencial para diversas funções do organismo, como o transporte de nutrientes para as células, eliminação de toxinas, entre outras reações químicas importantes. A falta do líquido no corpo pode prejudicar o funcionamento dos órgãos, incluindo o intestino (lembra que não fazer cocô deixa a gente mais irritado?) e provoca uma reação em cadeia que vai aumentar o nível de estresse.
Pesquisadores do Laboratório de Desempenho Humano da Universidade de Connecticut afirmam que mesmo uma desidratação leve pode gerar alterações no humor. Embora não se saiba ainda as verdadeiras causas, uma hipótese é que neurônios no cérebro detectam a desidratação e sinalizam outras partes do cérebro, afetando a produção de neurotransmissores.
Restrição de carboidratos.
Embora muita gente considere o carboidrato um grande vilão, o nutriente é importante para o bom funcionamento do organismo e sua ingestão estimula áreas do cérebro ligadas à sensação de prazer.
Ao consumirmos carboidratos, eles são convertidos em glicose (açúcar), principal fonte de energia cerebral. Sim, nosso organismo é capaz de transformar gorduras e proteínas em glicose, então o cérebro não fica sem combustível quando você deixa de comer carboidratos. Mas a conversão de carboidratos em glicose é mais rápida. Então, principalmente quando você não está adaptado a ficar sem o nutriente, sua brusca retirada da dieta pode diminuir a produção de serotonina, gerando irritação e mau humor. A abstinência de carboidratos pode também causar dores de cabeça, falta de concentração e baixo rendimento em atividades físicas.
*** Fontes: Fabio Porto, neurologista
comportamental do Hospital das Clínicas de São Paulo e Alex Meller,
urologista da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e do Hospital
Israelita Albert Einstein.
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