FONTE: *** Renata Turbiani, Colaboração para VivaBem, https://www.uol.com.br/
Fora isso, é importante
destacar que ingerir bebida alcoólica na fase de lactação pode ser perigoso
para os pequenos que mamam no peito, já que tudo o que a mulher consome, seja
bom ou ruim, chega até eles através do leite.
Como aumentar a
produção de leite Apesar de não haver um alimento específico que estimule o
leite materno, seguir algumas recomendações ajuda no processo. Por exemplo, no
período de amamentação, é fundamental se manter o mais saudável possível,
cuidando do que come e bebe.
O ideal é seguir uma
dieta equilibrada, livre de produtos industrializados, e com alta ingestão de
líquidos, sobretudo água —que corresponde a quase 90% da composição do leite—,
e se alimentar em intervalos menores.
Todavia, para que o
líquido seja realmente abundante, a sucção adequada e regular é o ponto-chave.
Isso porque, quando o bebê suga o mamilo, esse ato estimula, no cérebro, a
secreção dos hormônios prolactina (responsável pela produção do leite) e
ocitocina (responsável pela ejeção do leite, ou seja, por fazer ele sair).
Então, quanto mais
sugadas, mais leite será "fabricado", até que a oferta se ajuste à
necessidade.
O certo, de acordo com
os profissionais entrevistados, é oferecer os seios em livre demanda, para que
a criança mame sempre que quiser, e não com horário e duração predeterminados.
Caso isso não seja
possível, aí a indicação para manter o "sistema funcionando" é fazer
a ordenha manual ou com o auxílio de bombas elétricas algumas vezes ao dia.
Dessa forma, o organismo entenderá que a produção do leite precisa ser mantida.
Esse mesmo procedimento
deve ser realizado se os seios permanecerem cheios após as mamadas, sendo que o
leite retirado pode ser armazenado (por 12 horas na geladeira ou 15 dias no
freezer) para consumo posterior ou doado para um banco de leite humano.
O que também faz toda a
diferença na produção do alimento materno é o estado emocional da lactante, por
isso, especialmente no momento da amamentação, é imprescindível estar calma e
em um ambiente tranquilo e acolhedor.
Mais algumas dicas para
manter uma boa quantidade de leite são: não fumar, não usar drogas, descansar o
máximo que conseguir, não tomar medicamentos sem a autorização do pediatra e
buscar uma rede de apoio.
Outra sugestão
importante é evitar que os bebês usem chupeta, ainda mais o dia todo. O que
acontece é que, quando eles ficam muito tempo com o acessório na boca, na hora
em que vão para o peito mamar, provavelmente já estão com a musculatura cansada
e as chances de fazerem uma pega errada e sugarem com menor força são altas,
prejudicando a sucção.
Processo
fisiológico.
É preciso ficar claro
que a produção de leite é um processo fisiológico e é normal que haja oscilação
dos hormônios responsáveis pela sua produção e ejeção ao longo do dia. Além
disso, como cada organismo é único, a quantidade de leite produzido varia muito
de mulher para mulher.
Então, antes de se
desesperar e achar que está com pouco alimento para oferecer ao seu filho —e
partir para as fórmulas complementares— a dica é observá-lo e conversar com o
pediatra.
Se o pequeno estiver
com a saúde normal e se desenvolvendo dentro do esperado, com certeza o tanto
que está mamando está sendo suficiente.
Perigos
do álcool à saúde das crianças.
No período de lactação,
a recomendação da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatra) é que as mães não
consumam nenhum tipo de bebida alcoólica e em nenhuma quantidade, e por dois
motivos. O primeiro é que o álcool interfere na produção do leite, pois inibe a
produção da prolactina.
Mas, o pior, como
adiantamos no início dessa reportagem, é que há riscos para a criança. Se a
ingesta for pequena e pontual, e a mamada for realizada logo na sequência, o
mais provável é que ela apresente alterações no comportamento, como moleza e
sonolência.
Agora, se for intensa e
por períodos prolongados, aí é possível que haja comprometimento do
desenvolvimento, tanto físico quanto neurológico, sem contar os perigos que ela
corre por estar sob os cuidados de uma pessoa embriagada.
Se mesmo sabendo disso
tudo você não abrir mão de um drinque ou então quiser brindar em uma ocasião
especial, o menos nocivo, mesmo a ciência não estabelecendo um nível seguro
para a ingestão de álcool por mães que amamentam, é só fazer isso após o bebê completar
seis meses, tomar apenas um copo (no máximo 40 ml, no caso dos destilados) e
esperar de duas a duas horas e meia para dar de mamar novamente —esse é mais ou
menos o tempo que uma mulher de cerca de 60 quilos leva para metabolizar essa
quantidade de álcool e eliminá-la do organismo.
*** Fontes: Cinthia Calsinski, enfermeira
obstetra e consultora de amamentação; Clery Bernardi Gallacci, pediatra e
neonatologista do Hospital e Maternidade Santa Joana (SP); e Moisés Chencinski,
pediatra do Departamento Científico de Aleitamento Materno da SBP (Sociedade
Brasileira de Pediatria).
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