FONTE: Aline Valcarenghi -
Agência Brasil, TRIBUNA DA BAHIA.
“O que nos preocupa é que a
grande maioria das pessoas chega nos consultórios quando já tiveram perdas”,
lamentou Lima. De acordo com a SBG, o glaucoma é a maior causa de cegueira
irreversível no mundo. No Brasil, há um milhão de pessoas com a doença. Se
tratado adequadamente o paciente vai ter a doença estabilizada, evitando a
evolução para a cegueira.
O levantamento foi feito com 100
portadores de glaucoma de três hospitais escola em São Paulo – Santa Casa,
Unifesp e Unicamp. A pesquisa revela que a maioria dos indivíduos chega ao
consultório com muita perda do campo visual e alto impacto na qualidade de vida,
deixando de desenvolver atividades que antes eram comuns e independentes.
Entre os entrevistados, 69% tiveram a
capacidade de leitura significativamente reduzida com o glaucoma, 65% disseram
que a adaptação à mudança de ambiente claro para escuro e vice-versa é a maior
barreira causada pela doença e para 50% caminhar passou a ser muito difícil.
O glaucoma é uma doença ocular hereditária,
degenerativa e progressiva causada principalmente pelo aumento da pressão do
olho e que leva à lesão do nervo óptico. Lima alerta que na maioria das vezes a
doença chega sem apresentar sintomas, o que pode ocasionar um tratamento tardio
para aqueles que não fazem os exames rotineiramente.
A doença, que é mais comum depois
dos 40 anos, é irreversível, mas pode ser tratada com
colírios, laser e até intervenção cirúrgica. Os negros, os que têm
histórico familiar de glaucoma e que aqueles que usam esteroides por longos períodos
estão mais propensos a desenvolver a doença. Para o especialista, o ideal é que
depois dos 40 todos incluam uma consulta oftalmológica aos exames anuais de
rotina.
Lima alerta que a simples aferição da
pressão intraocular é inconclusiva para o diagnóstico, uma vez que a pressão
não é constante e pode estar baixa na hora do exame. "É necessário fazer
também o exame de fundo de olho, pois mostra os sinais que o glaucoma
deixa", alertou.
Segundo Francisco Eduardo Lima, há
preocupação dos especialistas com as pessoas que não tem problemas de visão,
porque não costumam fazer os exames de rotina. “Quem tem miopia costuma ser
acompanhado por um médico, que vai indicar o exame adequado. O problema são as
pessoas que não têm problemas de vista. Quando chegam aos 40 e apresentam
dificuldade na leitura, pensam que a compra de um óculos vai resolver tudo”,
alertou.
O oftalmologista explicou que há o glaucoma
congênito, detectado no teste do olhinho, outro muito comum após 40 anos e
ainda outro que pode ser causado pelo uso de colírios com corticoide. “Muita
gente com olhinho vermelho, alergia, vai a uma farmácia e compra colírio de
corticoide, que não precisa de receita. O colírio faz a coceira passar, passa
também a vermelhidão. As pessoas precisam ficar atentas. O remédio pode
mascarar uma doença e pode mesmo causar o glaucoma" ressaltou.
Para alertar a população sobre os cuidados
com a visão a partir dos 40 anos de idade a SBG lançou a segunda edição da
campanha Cuidado com o glaucoma. Com o mote Veja todos os dias, a campanha faz
um alerta geral sobre a importância da visão.
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