FONTE: Kelly Cerqueira, TRIBUNA DA BAHIA.
Tão importante para a saúde do adulto quanto
da criança, seguir corretamente o calendário de vacinas ao longo dos anos,
independente da idade, é uma das atitudes que ajudam a prevenir doenças graves
como hepatite B e tétano. Muitas disponíveis nas redes públicas de saúde
municipal e estadual, as aplicações devem fazer parte do calendário das
pessoas, assim como os exames preventivos, conforme afirmam especialistas. A
guarda do cartão também é considerada uma atitude importante, pois além de
permitir o acompanhamento correto do calendário, evita o excesso de doses.
O calendário básico de adolescentes, adultos
e idosos, também deve incluir o reforço de vacinas tomadas durante a infância.
“Há algumas doses que devem ser fortalecidas ao longo dos anos, por isso é tão
importante manter o calendário de vacinas sempre em bom estado de
conservação e atualizado”, afirma a coordenadora do Programa de Imunização da
Secretaria de Saúde do Estado, Fátima Guirra. Segundo ela, todos os municípios
baianos estão cobertos com a disponibilização das principais vacinas
necessárias para o público adulto, entre as quais doses que previnem a
febre amarela, hepatite B, Difteria e Tétano (DT). Outras vacinas estão
disponíveis apenas para crianças e público de maior risco de contágio.
Inclusa no calendário básico dos adultos
está a tríplice viral (Sarampo, Rubéola e Caxumba). “A tríplice Viral
deve ser aplicada duas vezes antes dos 19 anos e, após os 20, uma nova dose de
completar o ciclo, mas esta última tem que ocorrer antes dos 49 anos”, explicou
Fátima, que também é enfermeira e possui pós-graduação em epidemiologia. Ela
ressalta que a continuidade dos ciclos de imunização é indispensável para a
proteção total contra da doença.
Também considerada vacina importante na
prevenção de complicações mais graves à saúde está a imunização contra a
hepatite B, que devem ser tomada por adultos com até 50 anos e por grupos de
grande vulnerabilidade em geral. Quem toma as três doses necessárias, no ciclo
que se fecha nos seis meses após a primeira, tem reduzido em quase por completo
os riscos de sofrer de cirrose hepática e câncer hepático, complicações geradas
pelo agravamento da Hepatite B. “As doses funcionam no sistema 0-30-180
dias e devem ser tomadas no período correto para ter a funcionalidade
esperada”, continuou.
De controle internacional, a febre amarela é
uma doença que requer constante reforço da vacina, a cada dez anos, assim como
a imunização contra Difteria e Tétano. Fátima ressalta, no entanto, que
grávidas e pessoas que sofreram acidente grave, tem o intervalo para nova dose
reduzido para cinco anos nos casos de prevenção DT.
A coordenadora lembra ainda que, a partir de
março de 2014, a vacina do HPV entra para o calendário básico, atendendo
as adolescentes de 11 a 13 anos e auxiliando na prevenção de câncer de colo do
útero. Atualmente as doses contra a doença não é oferecida na atenção básica de
saúde.
No caso específico dos idosos, a vacina
contra o vírus Influenza deve estar na rotina anual dos maiores de 60 anos e
dos grupos de risco.
Quanto mais cedo a
imunização, melhor.
Foco em outras atividades e a falta de
diálogo entre pais e filhos são motivos que podem fazer com que adolescentes
não atualizam o tradicional calendário de vacinas. A partir dos 9 anos de
idade é possível que crianças se previnam contra o HPV, doença sexualmente
transmissível. Quanto mais cedo for a imunização, melhor, já que ficará imune
quando a vida sexual for iniciada. Em geral, aos 11 anos, os jovens
precisam do reforço da vacina tríplice bacteriana contra
difteria, tétano e coqueluche. Essas doses só são encontradas em clínicas
particulares.
Enfermidades que do ponto de vista
epidemiológico são importantes como coqueluche e meningite também merecem
atenção redobrada. De acordo com a Diretora Médica do Seimi Vacinas,
Jacy Andrade, outro grupo de risco que deve ficar atento são as jovens mulheres
por estarem em período fértil. “Ao protegê-las, estamos protegendo
recém-nascidos na fase inicial de suas vidas pós-parto”, explica.
A questão cultural é outro fator que chega a
atrapalhar a imunização dos jovens. “A vacina é considerada coisa de
criança. A ideia da população é que adultos e adolescentes não precisam se
vacinar. Por isso que muitos chegam desatualizados sobre o assunto nessa fase
da vida”, fala Jacy. Paralelo ao cuidado com as imunizações, os pais têm um
papel fundamental quanto ao orientar para as prevenções. A adolescência requer muito
diálogo, já que é uma idade onde a autonomia não é absoluta, mas a necessidade
de ser percebida, muitas vezes dizendo não, é muito frequente. ”Por
conta disso, a abordagem muitas vezes precisa ser diferenciada, mais flexível
para que os adolescentes aceitem, às vezes, múltiplas furadas”, orienta Jacy.
As doenças sexualmente
transmissíveis (DST) e o uso de preservativos são temas que devem ser
comentados frequentemente no âmbito familiar. Além disso, adolescentes que têm
alguma situação especial de saúde precisam ser orientados com
algumas vacinas que não são utilizadas rotineiramente nessa faixa
etária. Vacinas importantes para adolescentes e adultos:
Hepatite B, Tríplice viral (sarampo/caxumba/rubéola),Tríplice acelular do
adulto (difteria/tétano e coqueluche),HPV, Meningococo, Gripe.Hepatite A,
Pneumococo.
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