Muitos casais passam meses ou até anos tentando
engravidar, fazem tratamentos, mas, ainda assim, não conseguem. Uma das
causas pode ser o estresse. Segundo o ginecologista e obstetra Jonathas Borges
Soares, doutor em reprodução humana, não é possível afirmar que o estresse,
isoladamente, bloqueie a capacidade reprodutiva, tampouco pode ser
considerado como causa isolada de infertilidade. Mas ele explica que todo o
nosso sistema endócrino tem relação de controle íntimo com o sistema nervoso
central, que pode receber comandos que modifiquem nossas respostas hormonais
cíclicas (ciclo menstrual). “Por isso não podemos negar que situações de
estresse podem ser fatores de dificuldade nos casais com dificuldade para
gestar”, afirma.
Nas mulheres que fazem tratamentos para
engravidar, o estresse também pode ser um agravante. Isso ocorre
principalmente quando os tratamentos são mais complexos e demandam mais
envolvimento dos pacientes. “Não há uma comprovação dessa relação direta
‘causa/efeito’. Mas comprovou-se que mulheres que demonstram menor nível de
estresse apresentam melhoras nos níveis de sucesso em casos de repetição dos
tratamentos. Isso demonstra que aquelas que aprenderam a controlar o
estresse têm vantagens sobre as que mantêm um nível de estresse mais
elevado”, explica.
E não são apenas as mulheres que enfrentam esse
problema. De acordo com o especialista, nos homens as manifestações em relação
à capacidade reprodutiva podem ser mais facilmente identificáveis
quando são a impotência e as alterações da ejaculação. Já as alterações da
qualidade do sêmen em níveis de infertilidade são manifestações mais difíceis
de correlacionar com o estresse.
Em qualquer um dos casos, a melhor forma de lidar
com a situação é buscar ajuda profissional. “Reconhecer o estresse é o primeiro
e mais importante passo. Contudo, nem sempre é fácil. Por isso a ajuda de um
profissional da área é muito bem-vinda tanto no diagnóstico, como no
acompanhamento do tratamento de um casal”, finaliza.
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