FONTE: DE SÃO PAULO (www1.folha.uol.com.br).
Uma substância mostrou, em
testes in vitro, que é capaz de bloquear uma interação entre moléculas que leva
à doença de Alzheimer.
O achado é de um grupo de
pesquisadores do A.C. Camargo Cancer Center, que acabam de publicar um novo
estudo no periódico "Journal of Neuroscience".
Estudos anteriores (incluindo
trabalhos desse mesmo grupo) já haviam demonstrado que a proteína príon, que
ocorre naturalmente no cérebro mas é mais conhecida como a causadora de doenças
como a da vaca louca e de Creutzfeldt-Jakob, também tem funções benéficas.
Um desses benefícios ocorre
quando a príon se une à proteína STI1: a parceria leva à proteção de neurônios
contra agressões.
O problema é que a proteína
príon também "gosta" de fazer ligações tóxicas, como a que acontece
com oligômeros beta-amiloides e que leva ao mal de Alzheimer.
O que os pesquisadores
fizeram agora foi usar a proteína STI1 para se ligar à príon e impedir sua
união com a beta-amiloide.
"Mostramos em diferentes
modelos bioquímicos e celulares que somos capazes de bloquear a interação da
príon com a beta-amiloide e que a união da príon com a STI1 reverte a
toxicidade no neurônio", afirma Vilma Martins, diretora de pesquisa do
A.C.Camargo Cancer Center.
O próximo passo é testar a
proteína STI1 em animais. Ainda é cedo para pensar no uso da substância em
humanos, mas Martins diz acreditar que, se os testes em laboratório derem
certo, a molécula poderia servir de molde para uma droga no futuro.
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